A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta sexta-feira (27), dois mandados de busca e apreensão nos municípios de Osório e Terra de Areia, na segunda etapa da Operação Camilo. As ações tiveram como objetivo a obtenção de novos elementos de prova para o esclarecimento de possíveis crimes de fraude à licitação e desvio de recursos públicos na área da saúde.
A nova fase investiga a possível ocorrência de prática criminosa envolvendo a mesma Organização Social (OS) que administrava o Hospital de Rio Pardo, na gestão de unidades de saúde de outros municípios. Conforme a PF, também é apurada a participação de lobistas junto a agentes políticos e servidores no sentido de favorecer a Associação Brasileira de Assistência Social, Saúde e Inclusão (Abrassi) em certames licitatórios.
De acordo com a PF, o mandado de busca e apreensão em Osório teve como alvo um ex-secretário de Saúde que já sofreu um mandado de busca em operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul, desencadeada recentemente. Em Terra de Areia, o mandado de busca e apreensão é referente a “um político local que estava atuando como lobista junto a prefeituras do litoral”, informou a Polícia Federal.
As ordens judiciais foram expedidas pela 11ª Vara da Justiça Federal de Porto Alegre. Os nomes dos investigados não foram informados.
A primeira fase da Operação Camilo foi deflagrada em 27 de maio pela Força-Tarefa integrada pela Polícia Federal, Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, Ministério Público Federal e Ministério Público do Rio Grande do Sul e cumpriu 129 medidas judiciais em investigação que apura crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção passiva, organização criminosa, ocultação de bens, crime de responsabilidade e desobediência.
O prejuízo estimado pela PF é de R$ 15 milhões em recursos da saúde repassados pela União e pelo estado do Rio Grande do Sul à Organização Social.
O trabalho de investigação realizado na Operação Camilo continua sendo desenvolvido tendo como foco a atuação da OS junto a agentes políticos e servidores públicos na execução e fiscalização dos contratos de gestão efetuados com pela instituição.