
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) realizou, neste sábado (25), uma operação contra integrantes da Defesa Civil de Eldorado do Sul. Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão após denúncia de que doações para atingidos pela enchente estavam sendo desviadas com o objetivo de contemplar futuros eleitores de investigados.
Três agentes públicos foram alvo da ação, sendo eles integrantes da Defesa Civil municipal. Ao menos dois deles são pré-candidatos às eleições deste ano no município que ficou completamente inundado após as enchentes deste mês. Os mandados foram cumpridos nas casas dos suspeitos, na prefeitura e em depósitos na cidade. Foram apreendidos celulares, documentos e dinheiro, entre outros.
Os três integrantes da Defesa Civil também foram afastados temporariamente do órgão, podendo continuar as outras funções públicas que têm nas demais áreas. Os crimes apurados são de apropriação indébita, peculato e associação criminosa durante estado de calamidade pública.
Atuaram na ação, os promotores de Justiça André Dal Molin, Maristela Schneider, Fernando Sgarbossa, Rafael Riccardi e Plínio Dutra.
Exército deve assumir entrega de doações às vítimas
Durante a tarde, o MPRS reuniu-se com a Prefeitura de Eldorado do Sul e outros órgãos públicos para definir que o Exército Brasileiro assuma a entrega de doações às vítimas da enchente no município. A reunião ocorreu na sede do Centro Administrativo da cidade.
Durante o encontro, foi explicado aos gestores públicos que os investigados foram afastados das suas funções e, por isso, a necessidade de ser delegado aos militares, em caráter de urgência, o recebimento, controle e distribuição de donativos à população.
Os promotores de Justiça presentes no encontro ainda informaram que a decisão foi tomada após contato com o procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, e que o principal objetivo foi evitar que moradores ficassem desatendidos de suprimentos básicos durante a investigação do MPRS.
Outra decisão tomada foi no sentido de que a prefeitura apresente um plano de trabalho para utilização dos recursos públicos já disponibilizados no atendimento às vítimas e na reconstrução da cidade.