
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou, na manhã desta quinta-feira (16), a Operação Turrim Lavare, que mira a lavagem de dinheiro do narcotráfico. Ordens judiciais foram cumpridas em 19 municípios gaúchos e de Santa Catarina. No Litoral Norte do RS, os alvos estavam em Torres, Capão da Canoa e Tramandaí.
Coordenada pela Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD/DENARC), a ação envolveu 209 medidas cautelares — entre 68 prisões preventivas, 74 bloqueios de contas bancárias, 37 mandados de busca e apreensão e 6 sequestros de imóveis.
Os investigadores apuraram que, em um ano, o esquema movimentou R$ 126 milhões. Até às 10h, 50 mandados de prisão foram cumpridos, sendo 24 de criminosos que já estavam no sistema prisional e seguiam comandando as práticas ilegais.
A reportagem do portal Litoral na Rede apurou junto ao delegado Adriano Nonnenmacher, da DRLD/DENARC, que em Torres foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, além de ordens de busca e apreensão. Segundo ele, as ações em Capão da Canoa e Tramandaí não resultaram em prisões.
Além do Litoral Norte, a operação teve alvos em cidades como Florianópolis, Gravataí, Canoas, Porto Alegre e Novo Hamburgo. No Vale do Sinos fica a base da facção criminosa investigada.
Primeira fase e investigação

As investigações duraram cerca de um ano e revelaram um complexo esquema de dissimulação financeira e movimentações fracionadas realizadas por integrantes de organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas.
Segundo a Polícia Civil, os recursos ilícitos eram reinseridos na economia formal por meio da compra de veículos, imóveis e transações bancárias com uso de laranjas, contas de idosos e depósitos pulverizados. Entre os alvos estão líderes regionais e um dos principais chefes do narcotráfico gaúcho, recentemente preso fora do país.
Esta é a fase 2 da Operação Turrim Lavare, dando sequência ao trabalho iniciado em 2023. Naquele ano, uma investigação do Denarc e da Delegacia de Torres resultou no indiciamento de 70 pessoas, apreensão de drogas e mais de 30 armas, além de documentos que comprovaram a ligação da quadrilha com homicídios e ameaças a autoridades.
O delegado Adriano Nonnenmacher salienta que a nova ação busca descapitalizar e responsabilizar criminalmente os envolvidos, atingindo “a alta cúpula do narcotráfico gaúcho e seu braço financeiro”.










