Operação com 50 presos mira cúpula do narcotráfico que lavava dinheiro no Litoral Norte

Denarc apurou que criminosos movimentaram R$ 126 milhões em um ano; mais de 200 ordens judiciais foram cumpridas em Torres, Capão da Canoa, Tramandaí e mais 16 cidades do RS e SC

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Operação contra lavagem de dinheiro do tráfico cumpriu mais de 200 ordens judicias no RS e SC. Foto: Polícia Civil

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou, na manhã desta quinta-feira (16), a Operação Turrim Lavare, que mira a lavagem de dinheiro do narcotráfico. Ordens judiciais foram cumpridas em 19 municípios gaúchos e de Santa Catarina. No Litoral Norte do RS, os alvos estavam em Torres, Capão da Canoa e Tramandaí.

Coordenada pela Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD/DENARC), a ação envolveu 209 medidas cautelares — entre 68 prisões preventivas, 74 bloqueios de contas bancárias, 37 mandados de busca e apreensão e 6 sequestros de imóveis.

Os investigadores apuraram que, em um ano, o esquema movimentou R$ 126 milhões. Até às 10h, 50 mandados de prisão foram cumpridos, sendo 24 de criminosos que já estavam no sistema prisional e seguiam comandando as práticas ilegais.

A reportagem do portal Litoral na Rede apurou junto ao delegado Adriano Nonnenmacher, da DRLD/DENARC, que em Torres foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, além de ordens de busca e apreensão. Segundo ele, as ações em Capão da Canoa e Tramandaí não resultaram em prisões.

Além do Litoral Norte, a operação teve alvos em cidades como Florianópolis, Gravataí, Canoas, Porto Alegre e Novo Hamburgo. No Vale do Sinos fica a base da facção criminosa investigada.

Primeira fase e investigação

Operação em Torres, no ano de 2023, foi ponto de partida para a nova investigação, Foto: Polícia Civil

As investigações duraram cerca de um ano e revelaram um complexo esquema de dissimulação financeira e movimentações fracionadas realizadas por integrantes de organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas.

Segundo a Polícia Civil, os recursos ilícitos eram reinseridos na economia formal por meio da compra de veículos, imóveis e transações bancárias com uso de laranjas, contas de idosos e depósitos pulverizados. Entre os alvos estão líderes regionais e um dos principais chefes do narcotráfico gaúcho, recentemente preso fora do país.

Esta é a fase 2 da Operação Turrim Lavare, dando sequência ao trabalho iniciado em 2023. Naquele ano, uma investigação do Denarc e da Delegacia de Torres resultou no indiciamento de 70 pessoas, apreensão de drogas e mais de 30 armas, além de documentos que comprovaram a ligação da quadrilha com homicídios e ameaças a autoridades.

O delegado Adriano Nonnenmacher salienta que a nova ação busca descapitalizar e responsabilizar criminalmente os envolvidos, atingindo “a alta cúpula do narcotráfico gaúcho e seu braço financeiro”.

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