
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) registraram, nesta semana, o maior número de animais encalhados nas praias do Litoral Norte para esta época do ano. Em um trecho de aproximadamente 50 quilômetros de faixa de areia, entre Tramandaí e Dunas Altas, em Palmares do Sul, a equipe de monitoramento da orla identificou 55 bichos mortos.
Nessa extensão, os profissionais do Ceclimar encontraram 26 tartarugas marinha mortas, das espécies verde, oliva e cabeçuda, além de quatro toninhas, um pequeno golfinho que é o mais ameaçado de extinção do Oceano Atlântico Sul. Os outros 25 animais eram aves marinhas.
A equipe percorreu a orla na última terça-feira (14). Sobre as tartarugas e toninhas, o coordenador do monitoramento, biólogo Maurício Tavares, explicou uma das principais causas de mortes é a interação com a atividade pesqueira. É muito comum essas espécies ficarem presas às redes colocadas no mar.
O pesquisador destacou que esse trabalho é realizado desde 2012 no Litoral Norte. No período de verão, no entanto, teve início em 2017. Desde então, o número máximo de animais encalhados registrados entre Tramandaí e Dunas Altas em um único dia era 28.
Possíveis causas
O biólogo Maurício Tavares aponta que o recorde de animais marinhos mortos nesta de época pode se atribuído a um conjunto de fatores. Ele acredita, no entanto, que as condições do vento possam ter favorecidos os encalhes.
“A gente teve predomínio vento maral, aquele vento que sopra do mar para a terra, por vários dias, então, isso favorece os animais que já estão mortos na coluna d´água, flutuando, que eles venham pra costa e encalhem”, avalia.

Ainda conforme o pesquisador, os animais encalhados estavam em diferentes estágios de decomposição, o que é um sinal de que morreram em dias diferentes e as condições do mar possam ter favorecido o encalhe em um período mais curto.
Ele também aponta que as carcaças costumam ser arrastadas por longas distâncias pelas correntes e que a localização no trecho monitorado nesta semana não significa que esses animais morreram nas proximidades. “Temos que continuar acompanhando ao longo dos anos pra ver se [esse número mais elevado] vai manter ou se foi uma coisa pontual”, finalizou Maurício.










