
Uma mulher trans morreu durante uma aplicação ilegal de silicone nos glúteos, neste domingo (23), em Capão da Canoa. O caso aconteceu no apartamento em que a vítima morava, no Centro da cidade. Outra mulher trans, suspeita de realizar o procedimento clandestino, deixou o local depois de notar as complicações.
No fim da manhã, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) recebeu um chamado para realizar o socorro, em um prédio da Rua Poti. Ao identificarem que ela estava em óbito, acionaram a Brigada Militar. Os policiais isolaram o local e comunicaram a Polícia Civil.
A vítima foi identificada como Karoline Vinhas Velasques, de 56 anos. Uma amiga, também transsexual, que estava no apartamento, relatou aos policiais que, ao constatar que o procedimento estético havia sido mal sucedido, a responsável recolheu seus materiais e fugiu.
Peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) realizaram levantamento do local e a funerária encaminhou o corpo para necropsia no Departamento Médico Legal (DML).
Investigação
Conforme o titular da Delegacia de Polícia de Capão da Canoa, delegado Marco Swirski, o caso é investigado como homicídio doloso e exercício ilegal da medicina. Segundo ele, a suspeita, de 43 anos, possui registros por outras duas mortes de pessoas em razão da aplicação do procedimento estético caseiro.
Os policiais apuraram que a vítima buscou a mulher trans em Porto Alegre para fazer a aplicação. A amiga que testemunhou a morte da Karoline contou que ambas tinham conhecimento das aplicações de silicone mal sucedidas realizadas pela suspeita e que resultaram em óbitos.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, um dia antes, no sábado (22) as três compareceram a um terreiro em Santo Antônio da Patrulha, onde foram atendidas por um casal de pais de santo, sendo realizado um ritual espiritual para proteção e preparação para o procedimento estético.
“Segundo a amiga, o pai de santo teria afirmado que tudo correria bem, o que gerou confiança para prosseguirem”, relatou o delegado.