MP amplia diligências para concluir o que levou jovem a atacar família com óleo quente em Imbé

Menina de 15 anos teve apreensão revogada após alegar agressão do padrasto

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Vítimas estavam em um sofá quando foram atacadas. Foto: Divulgação / Guarda Municipal de Imbé

Cinco dias após uma adolescente arremessar óleo quente contra a mãe e a irmã, em Imbé, Polícia Civil (PC) e Ministério Público (MP) ainda buscam entender as reais motivações do ataque. Uma das suspeitas é que a menor tenha reagido a agressões praticadas pelo padrasto, que também foi ferido.

Por envolver menores de idade, o processo corre em segredo de Justiça. Desde a noite da terça-feira (19), quando ocorreu o caso, muitas informações são tratadas em sigilo para preservar os envolvidos e, sobretudo, a identidade da menina de 15 anos e da irmã de quatro anos, que também sofreu queimaduras causadas pelo óleo quente.

A promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Educação, Infância e Juventude, Cristiane Della Méa Corrales, ressalta que o MP poderá reavaliar se é caso de formular pedido de internação provisória da adolescente ou adotar outras medidas.

Em conversa com a reportagem do portal Litoral na Rede, a promotora de Justiça Karine Camargo Teixeira confirmou que o Ministério Público pediu novas diligências e oitivas de outras testemunhas que poderão indicar o que está por trás da violenta reação da menina.

“A partir das informações preliminarmente concluídas, trata-se de um núcleo familiar com indicativos fortes de vulnerabilidade das crianças e da própria adolescente, o que deverá ser apurado durante a investigação. Já pedimos nova avaliação psicológica da menina”, disse Karine.

A adolescente chegou a ser internada imediatamente após o caso, mas a Justiça suspendeu a apreensão após ela alegar, em audiência, que sofria as agressões praticadas pelo atual companheiro da mãe. Essa versão, segundo a promotora, ainda não foi contrariada. Ela destaca que a situação demanda uma investigação mais profunda por parte da polícia, inclusive com a inquirição da mãe e do padrasto.

O homem, que além do óleo quente também acabou sendo ferido com golpes de faca desferidos pela enteada, cumpria pena por roubo na Penitenciária Modulada de Osório, mas teve direito a uma saída temporária, dias antes, para passar um período na casa da família.

O caso está sendo acompanhado pela promotora de Justiça Susana Spode, que recebeu o processo na última quinta-feira (21). Ela informou à reportagem que solicitou ao Conselho Tutelar de Imbé todo o histórico da família e do fato que ocorreu na noite da quarta.

Vítimas estão se recuperando

A mãe da adolescente, de 36 anos, foi internada no Hospital Tramandaí. Inicialmente, as informações indicavam que ela tinha sofrido queimaduras em 90% do corpo. Nesse sábado (23), porém, a direção da instituição de saúde afirmou que as lesões atingiram 30% da superfície corporal.

“Ela foi intubada preventivamente, mas já foi extubada. Está acordada, conversei com ela agora [sábado de manhã]. Sempre que há acidentes com queimaduras, a intubação é feita precocemente por suspeita de lesão das vias aéreas. Tentamos transferência para o setor de tratamento de queimados, em Porto Alegre, mas não conseguimos leito”, relatou o médico Noslen Rodrigues de Souza, diretor técnico do Hospital Tramandaí, à reportagem do portal.

A criança de quatro anos sofreu lesões em 7% do corpo, sendo 2% de queimaduras de segundo grau. Ela já recebeu alta hospitalar. Já o padrasto foi removido ao Hospital de Pronto Socorro, onde permanece internado em recuperação.

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