Das quatro mortes em investigação por leptospirose no Rio Grande do Sul, uma aconteceu em Tramandaí, no Litoral Norte. A informação consta em balanço da Secretária Estadual da Saúde (SES) sobre casos da doença relacionados às enchentes até essa quinta-feira (23).
Os outros três óbitos suspeitos que estão em investigação são das cidades de Encantado, Sapucaia do Sul e Viamão. Quatro mortes por leptospirose já foram confirmadas no RS no mês de maio. Elas ocorreram em Travesseiro, Venâncio Aires, Porto Alegre e Cachoeirinha.
Em relação à morte suspeita em Tramandaí, a Secretaria Municipal da Saúde informou que se trata de um homem de 56 anos, que buscou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na última quarta-feira (22) e foi transferido ao Hospital de Tramandaí, onde faleceu.
Ainda conforme a Secretaria, o paciente teria tido contato com águas da enchente na Região Metropolitana de Porto Alegre. O órgão não confirmou, no entanto, se o homem era um morador da cidade, que foi auxiliar as vítimas da enchente, ou alguém que precisou sair de casa por causa da tragédia e estava hospedado em Tramandaí.
A doença
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda e transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados, que pode vir a estar presente na água ou lama em locais com enchente. Neste mês, já foram confirmados 54 casos da doença.
Mesmo que a leptospirose seja uma doença endêmica, com circulação sistemática, episódios como alagamentos aumentam a chance de infecção. Por isso, é importante que a população procure um serviço de saúde logo nos primeiros sintomas: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na panturrilha) e calafrios.
O contágio pode ocorrer a partir do contato da pele com água contaminada, além de mucosas. Os sintomas surgem normalmente de cinco a 14 dias após a contaminação, podendo chegar a 30 dias.
Tratamento
O tratamento com o uso de antibióticos deve ser iniciado no momento da suspeita por parte de um profissional de saúde. Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial. Nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade. A automedicação não é indicada.
Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. O uso do antibiótico, conforme orientação médica, está indicado em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.