
O Rio Grande do Sul e o jornalismo esportivo brasileiro se despedem de uma das vozes mais respeitadas da crônica esportiva. Ruy Carlos Ostermann morreu nesta sexta-feira (27), aos 90 anos, em Porto Alegre. Ele deixa três filhos — Cristiane, Fernanda e Felipe — e cinco netos.
De acordo com informações divulgadas pelo portal GZH, ele estava internado desde maio em Porto Alegre após contrair dengue e sofrer complicações relacionadas à doença. A causa da morte, no entanto, ainda não foi divulgada.
História
Antes de brilhar no rádio e nos jornais, Ruy viveu o esporte dentro das quadras e dos campos. Ele jogou nas categorias de base do Nacional e do Aimoré, clubes de sua cidade natal, São Leopoldo. Depois, dedicou-se ao basquete e chegou a integrar a seleção gaúcha. Toda essa vivência como atleta contribuiu para seu olhar diferenciado ao comentar o futebol, unindo técnica e sensibilidade filosófica.
O ingresso no jornalismo ocorreu em 1962, quando passou a atuar na Caldas Júnior, com destaque na Rádio Guaíba e nos jornais do grupo. Em 1978, transferiu-se para o Grupo RBS, onde consolidou seu nome como principal comentarista da Rádio Gaúcha e colunista da Zero Hora. Estudioso de Filosofia, também lecionou na UFRGS, o que lhe rendeu o apelido de “Professor” — nome pelo qual ficou conhecido por toda a carreira.
Ostermann esteve presente em todas as Copas do Mundo entre 1966 e 2014, registrando momentos históricos de Grêmio, Inter e da Seleção Brasileira. Fora dos microfones, comandou o programa “Encontros com o Professor”, com entrevistas e debates, e também atuou na política. Foi deputado estadual por dois mandatos e secretário de Ciência e Tecnologia e de Educação no governo Pedro Simon. Sua trajetória foi contada na biografia lançada em setembro de 2024, assinada pelo jornalista Carlos Guimarães.
A esposa, Nilce, com quem foi casado por 58 anos, faleceu em 2021.