O Rio Grande do Sul perdeu nesta quarta-feira (17) uma das suas maiores vozes no meio do jornalismo. Armindo Antônio Ranzolin morreu aos 84 anos após complicações do Alzheimer. Ele era pai da apresentadora Cristina Ranzolin, âncora do Jornal do Almoço, da RBS TV.
Dono da voz que eternizou as conquistas do tricampeonato brasileiro do Internacional, de duas Libertadores da América e do Mundial do Grêmio, e do tetracampeonato da Seleção Brasileira, Ranzolin fez carreira nas rádios Guaíba e Gaúcha, quase meio século junto ao microfone.
Ranzolin deixa a mulher, Yara, os filhos Cristina e Ricardo, e os netos Henrique, Manoela e Antônia.
A vida e a carreira
Nascido em Caxias do Sul no dia 08 de dezembro de 1937, Ranzolin mudou-se para Lages (SC) com apenas um ano de idade. Foi lá onde iniciou sua caminhada na área esportiva, escrevendo sobre esporte amador em um jornal local. Durante a infância, acompanhou pelo rádio as coberturas de acontecimentos importantes como o suicídio do presidente Getúlio Vargas e a Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil.
Sua carreira de jornalista e radialista profissional começou em 1956, como narrador esportivo da Rádio Diário da Manhã, de Lages. Em 1957, mudou-se para Porto Alegre, onde se formou em Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade de Direito da UFRGS, em 1962.
Armindo trabalhou durante três meses na Rádio Guaíba, em 1959. Na Rádio Difusora de Porto Alegre foi, por cinco anos, seu principal narrador esportivo. E foi lá que ganhou a oportunidade de narrar seu primeiro clássico Gre-Nal, no ano de 1961. Em 1964, demitiu-se por problemas relacionados ao Golpe Militar daquele ano.
Dias depois foi contratado pela Rádio Farroupilha como diretor de esportes e, logo depois, diretor artístico. Em 1969, aceitou um convite da Rádio Guaíba para ser seu segundo locutor. Lá participou de grandes projetos, narrou jogos de Pelé e sua primeira Copa do Mundo, em 1974, disputada na Alemanha.
Em 1984, saiu da Rádio Guaíba, trocando de rádio pela última vez. Armindo passou a trabalhar na Rádio Gaúcha, onde comandou três Copas do Mundo, a última delas em 1994, nos Estados Unidos. Se aposentou da narração esportiva no final de 1995, mantendo-se apenas no jornalismo, como apresentador do “Gaúcha Atualidade”, onde ficou até 2006, quando anunciou sua aposentadoria do rádio.