O mês mais letal da pandemia no Litoral Norte terminou com 414 pessoas mortas por causa da Covid-19. Com UTIs e leitos clínicos lotados, 86 delas faleceram sem receber atendimento hospitalar. Isso significada que a cada 10 óbitos, dois ocorreram em pronto atendimentos, UPAs e, até mesmo, em casa.
As informações foram divulgadas na noite desta quarta-feira (31) pelo Centro de Operações de Emergência (COE) da 18ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). Para o COE, o elevado número de mortes sem hospitalização demonstra “o quanto o colapso da rede impactou na mortalidade da região”.
Em único dia, 14 de março, quatro pacientes que aguardavam por hospitalização morreram na UPA de Tramandaí. Três dias antes, em 11 de março, a quantidade de óbitos de pacientes infectados pelo coronavírus já havia superado os registros de todos os outros meses anteriores inteiros e não parou de crescer.
O terceiro mês de 2021 terminou com três vezes mais falecimentos por Covid-19 do que dezembro, até então o período mais grave da pandemia. A taxa de mortalidade do Litoral Norte alcançou 241 óbitos a cada 100 mil habitantes, superior à do Rio Grande do Sul (172) e do Brasil (151).
Confirmação da variante P1 e recorde de diagnósticos
Março teve ainda recorde de novos casos da doença: 12.083. Isso significa quase o dobro de fevereiro e três vezes mais que em janeiro. A média foi de 390 diagnósticos por dia.
No dia 10, a Secretaria Estadual da Saúde confirmou a circulação de uma variante mais contagiosa do vírus. A P1, também conhecida como variante do Amazonas, foi constatada em amostrar de pacientes de Imbé e de Torres.
A taxa de incidência de 11.300 casos a cada 100 mil habitantes foi superior à média do RS (7.515) e quase o dobro da taxa brasileira (6.066).
Boletim diário
Esta quarta-feira (31) foi marcada pelo menor número de mortes por coronavírus em 35 dias no Litoral Norte. Três pacientes com Covid-19 faleceram em 24 horas, dois eram moradores de Imbé e um de Capão da Canoa.
Agora, há 3.803 pacientes com a doença ativa e 270 internados. A taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 98% e de leito clínico em 66%.
