Lixo representa 33% do que é capturado em redes de pesca

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LIXO REDES - LEONARDO PINHEIRO
LIXO REDES - FÓRUM DA PESCA LITORAL NORTE
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Um terço do que é capturado em redes de pescas no Litoral Norte Gaúcho é lixo. O dado consta em um trabalho de conclusão do curso de Biologia Marinha da Universidade Estadual (UERGS) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Durante 10 meses, entre março e dezembro de 2018, o pesquisador Leonardo Pinheiro acompanhou o trabalho de sete pescadores artesanais em 10 pontos de pesca de cabo nos município de Tramandaí, Imbé, Cidreira e Balneário Pinhal. Ele contabilizou a captura de 2.829 peixes de diversas espécies e de 1.384 fragmentos de lixo.

A quantidade de resíduos nas redes representou 33% do que foi capturado pelos pescadores. Enquanto o número de espécies que são aproveitadas significou 31% do total e o das descartadas, que não tem valor comercial, somou 36%.  Essas redes ficavam posicionadas a até 200 metros da costa.

“Como não tinha nenhum parâmetro para comparar, não tinha nenhum estudo nesse sentido aqui na região, foi surpreendente. É um cenário que é bem preocupante, bem impactante”, disse o biólogo ao Litoral na Rede.

Segundo o estudo, os resíduos mais encontrados foram sacolas plásticas, copos e bandejas descartáveis e garrafas pet. O pesquisador aponta que esses materiais  também podem danificar o material de pesca, aumentando os gastos e afetando a economia das famílias que vivem da atividade na região.

Leonardo Pinheiro atualmente é bolsista do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos do Rio Grande do Sul (GEMARS). O trabalho de conclusão no curso de Biologia Marinha foi orientado pelos professores Ênio Lupchinski Junior (UERGS) e Rodrigo Machado (UNESC).

Mais plástico do que peixes em 2050

Um estudo da Fundação Ellen MacArthur e da consultoria McKinsey aponta que os oceanos terão mais plástico do que peixes em 2050. Segundo o documento divulgado no Fórum Econômico Mundial de 2016, em 2014 havia nos mares uma tonelada de plástico para cinco toneladas de peixes. Em 2025, a proporção deve ser de uma para três.

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