Litoral Norte tem 1,5 mil registros de violência contra a mulher em 2024

Dados da Secretaria da Segurança Pública consideram ocorrências de ameaça, lesão corporal, estupro e feminicídio

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Litoral Norte registrou mais de 1,5 mil casos de violência contra a mulher nos primeiros sete meses de 2024. Foto: Arquivo

De janeiro a julho deste ano, 1.528 casos relacionados a violência contra a mulher foram registrados no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. O número foi calculado pela reportagem do portal Litoral na Rede com base em dados do Observatório Estadual da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Os registros são referentes a ameaças, lesões corporais, estupros, tentativas de feminicídio e feminicídios nos 23 municípios da região. Considerando o período dos sete primeiros meses de 2024, são, em média, sete casos relatados por dia às autoridades.

O maior número de ocorrências é de ameaça, com 898 registros. O município de Capão da Canoa concentra 147 deles, seguido de Tramandaí, com 121, e Torres, com 94. Depois aparecem Osório, com 82, e Imbé, com 81.

Casos de lesão corporal, que envolvem agressões físicas no contexto da violência contra a mulher, somam 569 no mesmo período. Mais uma vez, as maiores cidades da região lideram, com 113 registros em Capão da Canoa, e 93 em Tramandaí. Imbé (64), Torres (60) e Osório (51) aparecem na sequência.

Em relação aos estupros, são 57 casos registrados nos primeiros sete meses do ano. As ocorrências deste crime foram bastante concentradas no período do verão, com 31 casos de janeiro a março. Os municípios com mais estupros notificados, de janeiro a julho, são Cidreira (14), Capão da Canoa (12) e Arroio do Sal (5).

Neste ano, o Litoral Norte teve duas tentativas de feminicídio, ambas em Palmares do Sul, além de dois feminicídios. Uma das vítimas foi Nara Denise dos Santos, de 62 anos, morta pelo próprio companheiro, no mês de janeiro, em Osório. O corpo foi concretado e colocado dentro de uma geladeira.

Outro caso considerado como feminicídio envolveu um casal de namorados adolescentes, no mês de fevereiro, em Xangri-Lá. A vítima tinha 13 anos e foi morta com um mata-leão pelo rapaz de 15 anos, que foi apreendido.

No “Agosto Lilás”, mês de conscientização pelo fim da violência contra as mulheres, os dados servem de alerta. Também revelam a importância de que esses crimes sejam reportados às autoridades.

Como denunciar e ter ajuda em casos de violência doméstica

Sala das Margaridas na Delegacia de Capão da Canoa. Fotos: Júlia Bozzetto / Especial Litoral na Rede / Arquivo

Algumas cidades do Litoral Norte contam com serviços especializados de segurança pública em casos de violência contra a mulher. A Polícia Civil possui “Salas das Margaridas”, cartórios especializados para esses atendimentos, em Balneário Pinhal, Capão da Canoa, Capivari do Sul, Osório, Torres e Tramandaí.

Já Brigada Militar (BM) atua com a Patrulhas Maria da Penha em Torres, Capão da Canoa, Xangri-Lá, Imbé, Tramandaí, na área do 2º Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPAT). Segundo o Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO Litoral), nas demais cidades, incluindo as atendidas pelo 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) há PMs capacitados para atuar no atendimento em casos de violência doméstica.

Nas Patrulhas Maria da Penha, os policiais atuam diretamente no acompanhamento de vítimas e agressores, especialmente em casos em que há medida protetiva de urgência (MPU). De janeiro a julho, houve 21 prisões por descumprimento de MPUs, sendo 13 em Tramandaí, quatro em Imbé e quatro em Torres.

Em julho, a Patrulha Maria da Penha resgatou uma jovem que era mantida em cárcere privado em Tramandaí. Relembre o caso.

As denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas pelos telefones 190, da Brigada Militar, 197 da Polícia Civil, pelo Telefone Lilás 0800-541-0803 ou pela Central de Atendimento à Mulher, através do número 180.

A 23ª Delegacia Regional da Polícia Civil, responsável pelos 23 municípios do Litoral Norte, recomenda fazer o registro nos primeiros sinais de violência, na delegacia mais próxima, solicitando medida protetiva quando necessário.

Canais de comunicação com as salas das Margaridas 23° Região Policial

  • Capão da Canoa – (51) 98504-7135
  • Capivari do Sul- (51) 98416-8019
  • Osório – (51) 98682-3549
  • Balneário Pinhal – (51) 986819967
  • Torres – (51) 3664-1282
  • Tramandaí – (51) 985955974

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