A Polícia Civil (PC) capturou, nesse domingo (30), em São Paulo, o líder da maior organização criminosa do Sul do Brasil, que tem base no Rio Grande do Sul. Segundo a investigação, o criminoso cumpria prisão domiciliar humanitária em um condomínio de alto padrão em Capão da Canoa, no Litoral Norte, e fugiu do Estado no fim da tarde da última quinta-feira (27).
A fuga ocorreu a partir de um recurso interposto pelo Ministério Público (MPRS), acatado pelo Poder Judiciário, que revogou a prisão domiciliar. De acordo com a PC, logo depois de saber da decisão judicial, o homem deixou a cidade de Capão da Canoa em um carro de luxo e seguiu pela BR-101, em Santa Catarina.
A prisão mobilizou agentes da 3ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) e da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com apoio do Denarc de São Paulo. O trabalho foi coordenado pelos delegados Gabriel Borges e Gabriel Casanova.
Os policiais civis localizaram o foragido em um restaurante de um bairro nobre da zona oeste da cidade de São Paulo. Eles monitoravam o criminoso desde a fuga, a partir de Capão da Canoa.
O delegado Gabriel Borges destaca que o trabalho foi de extrema dificuldade, e por detalhes o apenado não conseguiu efetivar sua fuga do país, apenas tendo sido efetivado o resultado da captura pela ação imediata, contundente e integrada dos órgãos policiais gaúcho e paulista. Os investigadores haviam identificado que o foragido foi recebido por integrantes de uma facção do Estado de São Paulo e que estaria prestes a deixar o Brasil.
O preso
O preso é Marizan de Freitas, de 35 anos. Segundo a PC, ele ocupa uma das posições de liderança da organização criminosa com sede no Vale dos Sinos que distribui drogas e armas para todo o Rio Grande do Sul. “O apenado possui diversos antecedentes e processos criminais, por crimes como liderar organização criminosa, tráfico de drogas, porte de arma de fogo de calibre restrito, lavagem de dinheiro e homicídio”, informou a corporação.
Prisão domiciliar humanitária
Recentemente, o preso regressou do sistema penitenciário federal, ingressando na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, em maio deste ano. Por meio de seu advogado, solicitou ao Poder Judiciário a prisão domiciliar humanitária, alegando necessitar de uma cirurgia na perna devido a estilhaços de projeteis que atingiram uma de suas pernas em um confronto.
De acordo com informações da PC, o pedido foi atendido a partir da argumentação da defesa de que a penitenciária tem escadas, o que impossibilitaria que ele fosse conduzido para o banho de sol diário. A prisão domiciliar estava sendo cumprida em uma residência de um condomínio de Capão da Canoa, até a fuga, na semana passada.