Os investigadores da Delegacia de Polícia de Imbé o trajeto percorrido pela mãe e a madrasta do menino Miguel dos Santos Rodrigues, de sete anos, com o corpo da criança dentro de uma mala. Os policiais identificaram todas as residências e estabelecimentos com câmeras de monitoramento e solicitaram as imagens.
Após análise das gravações, a Polícia obteve diversos registros da passagem das duas mulheres pelas ruas da região central de Imbé. Segundo o delegado Antônio Carlos Ractz Jr., que comanda a investigação do Caso Miguel, elas fizeram o trajeto da pousada até o rio e o de retorno entre 1h e 2h da madrugada de 29 de julho.
A mãe Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues aparece carregando a mala em que relatou aos agentes ter transportado o corpo do filho após espanca-lo e lhe dar medicamentos controlados. A madrasta Bruna Nathiele Porto da Rosa está junto com a companheira em todos os registros.
O material foi divulgado na noite desta terça-feira (17). Mais cedo, o Ministério Público denunciou as mulheres por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e tortura.
Investigação
Yasmin está presa desde a noite de 29 de julho quando confessou o crime à Polícia. Bruna foi presa temporariamente em 1º de agosto. As duas foram indiciadas pela Polícia pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e tortura.
A investigação apurou que Miguel era vítima de maus-tratos, sendo trancado em um armário e em um poço de luz, como confirma um vídeo gravado pela madrasta enquanto faz ameaças à criança. Em um caderno, o garoto era obrigado a escrever frases ofensivas a ele mesmo.
A Polícia também identificou indícios de que as duas mulheres planejavam ter um filho juntas. Uma lista de clínicas de reprodução humana foi encontrada na residência onde elas moravam.
Conteúdos extraídos dos telefones celulares da mãe e da madrasta ainda estão sendo analisados pelos investigadores. Eles descobriram, por exemplo, que no smartphone de Yasmin foram realizadas pesquisas sobre impressões digitais na água e em objetos antes de ela procurar a Polícia para registrar o desaparecimento do menino e acabar confessando o crime.
Buscas
O Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul concluiu nesta terça-feira o 20º dia de buscas ao corpo do menino Miguel. Os trabalhos que começaram no Rio Tramandaí e nas lagoas está concentrado desde a semana na beira da praia.
A suspeita é que o corpo tenha sido arrastado pela correnteza para o mar. Não há nenhuma pista concreta.
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