Uma infestação de águas-vivas chamou a atenção de quem passou pela beira da praia de Salinas, em Cidreira, na manhã desta terça-feira (06). A aposentada Céres Gonçalves caminhava na orla quando percebeu muitos desses seres marinhos na faixa de areia, na beira do mar. Ela enviou as fotos ao Litoral na Rede. [Veja o vídeo mais abaixo]
Céres relatou à reportagem que havia muitas caravelas-portuguesas e que presenciou os guarda-vidas sinalizando o local com a bandeira indicando para risco de lesões por essas espécies. A bandeira roxa é instalada sempre que os profissionais de salvamento constatam grande concentração de animais que podem causar queimaduras.
Apenas nessa segunda-feira (05), o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) registrou 2.901 lesões por águas-vivas no Litoral Norte. Em Cidreira foram 546 casos. Balneário Pinhal teve 215. O maior número ocorreu em Capão da Canoa, com 819 registros em um dia. Em Tramandaí, foram 242.
Desde o início da Operação Verão, em dezembro os guarda-vidas receberam 57.668 relatos de lesões por seres marinhos na região. O número é menor que no mesmo período da temporada passada, quando ocorreram 65.835.
Especialista em Biologia e Biogeografia de Invertebrados Marinhos, a professora do curso de Biologia Marinha do Campus Litoral Norte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carla Menegola, explica há três espécies distintas sendo observados na costa gaúcha, sendo que duas delas, inclusive a caravela-portuguesa, são colônias flutuantes de vários indivíduos que se assemelham a uma água-viva — que é um indivíduo único.
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Todas essas espécies são comuns na costa brasileira e em outros países do Atlântico, explica a professora. No verão, as correntes associadas à época de eclosão ou liberação de ovos ou gametas na água determinam essa chegada abundante de organismos nas praias.
“Todas as águas-vivas podem causar queimaduras pelas toxinas que possuem, com sintomas mais ou menos acentuados, a depender da espécie ou da sensibilidade individual das pessoas”, detalha Carla, que acrescenta que a aparição dos animais tem se tornado comum durante o ano todo: “Inclusive no inverno. As pessoas não estão na praia nesse período, por isso não os veem”, complementa.
