
Uma organização criminosa baseada no sistema penitenciário do Rio Grande do Sul faz mais de 500 vítimas do golpe do nudes. Segunda Polícia Civil, os bandidos lesaram pessoas de vários estados do Brasil e de outros três países. O prejuízo total é calculado em mais de R$ 700 mil.
A operação “A Firma”, deflagrada na manhã desta sexta-feira (06), desarticulou o esquema. Mais de 100 pessoas são investigadas. Policiais civis cumpriram 85 ordens de prisão, a maioria contra criminosos, que já estavam no sistema penitenciário e que aplicavam o golpe de dentro da cadeia.
Segundo a investigação da 2ª Delegacia de Pelotas, os golpes eram aplicados por apenados do Presídio Regional do município do Sul do Estado. A Polícia Civil apurou que, em um período inferior a 40 dias, os investigados praticaram aproximadamente 700 extorsões contra mais de 500 vítimas no Brasil, Alemanha, Portugal e Jamaica. “Os golpes proporcionaram o valor de R$701.363,00 aos suspeitos, entre contas nacionais e internacionais”, informou a corporação.
Os agentes cumpriram mais de 160 medidas cautelares, sendo 47 mandados de busca. Eles apreenderam cartões de crédito, celulares, chip, HD externo, notebook e um veículo. Também foram bloqueadas contas bancárias e imóveis dos investigados.
Além disso, foi descoberto um mercado de venda e aluguel de aparelhos telefônicos no interior de uma casa prisional. De acordo com a investigação, cada aparelho era vendido por R$ 15.000,00, enquanto o carregador e fone de ouvido eram comercializados por R$ 3.000,00 e R$1.000,00, respectivamente.
Golpe dos nudes
Batizado popularmente de “golpe dos nudes”, a prática se desenrola basicamente por meio de um contato pelas redes sociais ou pelo aplicativo de mensagens WhatsApp. Uma suposta adolescente instiga uma vítima a trocar mensagens de cunho sexual e fotos íntimas. Na sequência, os criminosos simulam que o caso foi descoberto e passam a exigir dinheiro para evitar que o caso seja exposto ou levado à polícia.
Na maioria das vezes, após o recebimento de valores, os criminosos continuam exigindo dinheiro dizendo que haverá a necessidade de submeter a adolescente a tratamento psicológico ou, ainda, exigindo o depósito de valores, ameaçando de morte os familiares da vítima.