Galeria de presídio era central do golpe do falso aluguel de imóveis no Litoral Norte

Polícia Civil deflagrou a Operação “Casa Fantasma” e cumpriu oito mandados de buscas e apreensão

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Golpe do falso aluguel aplicado a partir de presídio foi alvo de operação do DEIC. Foto: Polícia Civil

A Polícia Civil (PC) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (05), uma operação contra um grupo criminoso que aplicava o golpe do falso aluguel de imóveis em praias durante a alta temporada, especialmente no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Detentos de um presídio do interior do Estado buscava as vítimas em grupos do Facebook e locavam casas que não existiam ou que não pertenciam a eles em cidades como Torres e Capão da Canoa.

A investigação da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações (DRCID), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), identificou 15 vítimas dos criminosos em diversos municípios gaúchos.  Os crimes de estelionato aconteceram nos verões de 2022/2023 e de 2023/2024.

O inquérito policial contempla, além do Litoral Norte, golpes relacionados à locação de imóveis em outras regiões com praiais, como a Costa Doce do RS e o Litoral Catarinense.

“Os criminosos buscavam contato com as vítimas através de grupos públicos, notadamente do “Facebook”, e visavam vítimas que publicavam no grupo interesse em imóveis para alugar na alta temporada no litoral. A partir de então, os investigados faziam contato direto com as vítimas e ofereciam imóveis variados, em diversas cidades do litoral gaúcho e catarinense, por um valor abaixo do praticado no mercado”, explicou o delegado João Vitor Herédia, titular da DRCID.

Conforme a investigação, para garantir a suposta locação, os bandidos enviavam fotos, supostas contas de água e luz do imóvel e chegavam a simular um contrato de aluguel. Para conclusão do negócio, exigiam um sinal de 50% do valor acordado. Após o pagamento, as vítimas já não conseguiam mais contato com os estelionatários.

Buscas no presídio

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Buscas foram realizadas no Presídio Regional de Bagé. Foto: Polícia Civil
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Buscas foram realizadas no Presídio Regional de Bagé. Foto: Polícia Civil

A Operação “Casa Fantasma” cumpriu oito mandados de buscas e apreensão, tendo como alvos pessoas investigadas por integrar o grupo criminoso, entre elas cinco detentos do Presídio Regional de Bagé, na região da Campanha. A ação teve apoio da Polícia Penal. Balanço parcial apontou para a apreensão de pelo menos 15 telefones celulares no interior da casa prisional.

“A gente cumpriu mandado em toda a galeria que eles estão no Presídio Regional de Bagé. São cinco presos por crimes violentos, todos têm antecedentes por tráfico, alguns têm homicídios e roubos. Desses cinco, pelo menos três estavam na mesma cela e viram no golpe uma forma de ganhar dinheiro fácil dentro da cadeia”, disse o delegado João Vitor Herédia ao portal Litoral na Rede.

Outros alvos foram na cidade de Caçapava do Sul. Conforme a PC, as buscas ocorreram em residências de investigados por prestar apoio aos detentos para a aplicação dos golpes.

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