A análise realizada pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), em matérias orgânicas encontradas em embalagens do molho de tomate Fugini, concluiu que havia fungos e ovos de parasitas, nas amostras coletadas. O inquérito foi aberto pela Polícia Civil, após o registro de seis ocorrências, em dezembro do ano passado, em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
A investigação está sendo conduzida pela delegada Jeiselaure de Souza. As amostras foram coletadas em três mercados diferentes. O exame histopatológico realizado pelo IGP não permite identificar os tipos de fungos e parasitas detectados no molho, mas a presença dessas matérias orgânicas pode produzir bactérias e toxinas, causando ou piorando quadros alérgicos em seres humanos.
Em fevereiro, a Polícia Civil informou que uma análise do Laboratório Central do Estado (Lacen) também detectou a presença de fungos em outras amostras, que eram embalagens fechadas enviadas pela Vigilância Sanitária e recolhidas em estabelecimentos comerciais. A posição do IGP era necessária para que fosse possível intimar os responsáveis pela empresa que produz o molho.
A fábrica da marca Fugini, que tem sede em Monte Alto, em São Paulo, já havia sido inspecionada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no final de março e início de abril.
Na primeira inspeção, a Anvisa suspendeu a fabricação, distribuição, comércio e uso de produtos da marca devido à identificação de falhas na higiene, no controle de qualidade e na segurança das matérias-primas. A empresa admitiu ter usado ingredientes vencidos e garantiu o recolhimento dos itens impróprios para consumo. E na segunda inspeção, após cumprir as exigências, a empresa foi liberada para a fabricação de seus produtos.
Representantes da indústria devem ser chamados a depor no Rio Grande do Sul, e o trabalho policial deve ser concluído no fim de maio.