O Parque Nacional da Lagoa do Peixe, entre Mostardas e Tavares, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, recebeu pela primeira vez a visita de ave rara no Brasil: o flamingo-da-puna (Phoenicoparrus jamesi). A espécie habita área de maior altitude, em países como Peru, Bolívia, Chile e no noroeste da Argentina.
O fotógrafo Raphael Kurz, do projeto Aves do Sul, foi quem fez os primeiros registros dos flamingos-de-puna na Unidade de Conservação (UC), ainda no mês de junho. Ele cedeu os registros para ilustrar esta reportagem do portal Litoral na Rede.
A equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fez, nos dias seguintes, outras imagens das aves visitantes. Riti Soares dos Santos, chefe do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, informou que eles permanecem na UC.
“A presença do flamingo-da-puna no parque é um indicativo positivo da saúde do ecossistema. Esta espécie geralmente habita regiões de alta altitude na América do Sul, como os altiplanos andinos, e sua presença em áreas de baixa altitude como a Lagoa do Peixe pode ser devido a condições ambientais favoráveis ou mudanças climáticas”, explicou.
Ele também diz que a presença de uma espécie de ave como o flamingo-da-puna, fora de seu habitat típico, pode enriquecer a biodiversidade local e atrair pesquisadores e observadores. Antes disso, só havia um registro da espécie no Litoral do RS, no ano de 2013, em São José do Norte.
A Lagoa do Peixe é rota de aves migratórias. Na área de aproximadamente 5 km de largura por 65 km de extensão em terra e mais uma faixa de 1 km de largura por cerca de 40 km de extensão de mar, já foram catalogadas mais de 270 espécies de aves, sendo 35 delas migratórias. O parque é reconhecido internacionalmente pela UNESCO por sua importância para a sobrevivência da vida no Planeta.
