
Após o descanso, hora de “voltar para casa”. Depois de um curto período fora das águas salgadas do Litoral Norte gaúcho, o elefante-marinho flagrado em um terreno baldio em Capão da Canoa resolveu voltar ao seu habitat natural neste sábado (05).
A designer Tatieli Santos Pires, de 34 anos, é vizinha do local onde o animal foi avistado. Ao Litoral na Rede, ela confirmou que o mamífero deixou o local logo após amanhecer, por volta das 6h, fato constatado a partir de rastros deixados por ele e observados pelos moradores que acompanhavam o caso. Ela relembrou como foi surpreendida pela situação inusitada.
“Eu percebi um cheiro forte de marisco e um certo barulho, mas como o terreno é baldio não consegui ver nada. Na quarta de manhã é que avistei ele no cantinho do terreno. Foi um susto pra mim”, contou, à reportagem, a moradora do bairro Guarani.
Foi Tatiele quem acionou a Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) para informar sobre a presença do animal no terreno. Orientada a não se aproximar do local, ela revela que, inicialmente, precisou explicar bem a história inusitada que chegou a gerar desconfiança.
“Quando fiz o chamado, o sargento da Patram que me atendeu não acreditou, achou que fosse trote. Depois ele chegou a pensar que o animal estava sobre as dunas, mas eu expliquei que ele atravessou a beira da praia, as dunas e a rua, e que naquele momento estava no terreno ao lado da minha casa”, recorda, rindo.
Ela acredita que o animal tenha se sentido estressado na beira da praia e acabou se refugiando no terreno, talvez por alguma ação de humanos. Para garantir a tranquilidade do elefante-marinho, combinou com vizinhos de não divulgar o caso para não atrair a atenção de curiosos, o que poderia causar estresse no visitante.
“Foi uma experiência incrível. A gente ficava cuidando dele, orientava o pessoal curioso para que não invadisse o espaço dele. Até nossos animais nós prendemos para não incomodá-lo. Foi meio que uma força-tarefa entre vizinhos para garantir a privacidade e o descanso que ele merecia”, diz a designer. “Já estava chamando ele de Léo, o Leôncio”, acrescenta.
O médico veterinário Derek Blaese, do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da UFRGS, fez o acompanhamento do animal e garante que a postura respeitosa dos vizinhos foi fundamental. “Esse comportamento das pessoas que moram no entorno foi muito importante para o descanso do animal”, afirma.
Veja o vídeo: