Filha de casal homoafetivo de Imbé nasceu no Dia Internacional de Combate à LGBTfobia

Jéssica Konig foi a barriga solidária que gerou a pequena Antonella, filha de Mikael Mielke e Jarbas Bitencourt

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Jéssica Konig, amiga do casal, foi a barriga solidária que gerou a pequena Antonella. Foto: Larissa Krafuni / Arquivo pessoal

Nasceu, no dia 17 de maio, a pequena Antonella, filha do casal Jarbas Bitencourt e Mikael Mielke. Moradores de Imbé, eles viraram notícia em dezembro de 2023 ao protagonizar o primeiro caso da região Sul e o segundo do Brasil e se tornarem pais a partir do método de fertilização assistida com os genes de ambos. Gerada por uma barriga solidária, Antonella, que hoje está com um mês de vida, nasceu com o DNA dos dois através de materiais genéticos coletados por Jarbas e pela irmã de Mikael, Marrienara Bortolanza.

Jarbas conta que a sensação de se tornarem pais foi, primeiro de tudo, a de sonho realizado, principalmente por terem passado por um processo de adoção que acabou sendo frustrado em sua última etapa. Foi a tristeza deles que despertou em Jéssica Konig, amiga do casal, o interesse em buscar informações sobre o processo de fertilização, se oferecendo para ajudá-los a realizar o sonho da paternidade.

Mikael e Jarbas contam que estiveram ao lado de Jéssica durante todo o processo, a auxiliando, segurando sua mão e dando todo o suporte que podiam. O momento é classificado por eles como lindo e emocionante, também foi celebrado pela equipe médica que acompanhou a gestação e o parto da menina.

“O momento da concepção da Antonella, somado ao fato de ela possuir os nossos DNAs, e ter nascido em um dia tão importante para toda a comunidade LGBTQIAPN+, foi uma coisa além da emoção, algo além do que estava programado. Foi lindo demais”, destaca Jarbas. “Ela trouxe a conquista de uma vitória do amor, do carinho e da construção familiar dentro de um casal homoafetivo”, complementa Mikael.

O casal Jarbas e Mikael, pais de Antonella. Foto: Vivi Sant’Anna / Arquivo pessoal

No ambiente familiar, a chegada da pequena também foi muito celebrada. Quando a decisão foi compartilhada com os parentes e amigos mais próximos, em um grande almoço, houve uma grande comemoração, além de muito choro e emoção. Os nove meses de gestação foram repletos de amor e alegria.

“Para nossa alegria, grande parte da sociedade se mostrou muito feliz, emocionados e alegres por nosso momento, e nos parabenizaram por nossa coragem. E, embora tenham havido sim comentários maldosos e preconceituosos, para nós a recepção foi muito mais positiva”, relata Mikael.

Os papais afirmam que pretendem ter mais um filho em no máximo dois anos, novamente pelo método da barriga solidária, e acrescentam que estão inscritos também na fila para adoção, mesmo sabendo que trata-se de um processo lento. Enquanto isso, celebram a coincidência que marcou o nascimento da primeira filha do casal.

“Para nós, a Antonella ter nascido no Dia Internacional de Combate à LGBTfobia mostra que casais homoafetivos não são doentes, que são pessoas normais, com condições de viver normalmente e de construírem a própria família, como o restante da sociedade. Mesmo com uma grande parte da sociedade infelizmente ainda não entendendo isso e não sabendo viver com as diferenças”, pontua Jarbas.

“Não adianta lutarem contra o amor. Ele sempre vence. Dois homens podem, sim, gerar uma vida e construir a sua família. As pessoas precisam aprender a respeitar as diversas formas de amar. Nós somos pessoas normais, como todos que existem no mundo”, finaliza o casal.

Para saber mais sobre a vida de Antonella e dos papais, siga o perfil @2paisdaantonella no Instagram.

por Thaynara da Rosa

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