Muito alto e muito rápido: as luzes em elevada altitude, que duram menos de um segundo são chamadas de sprites vermelhos. O fenômeno raro e difícil de ser captado, foi registrado na madrugada desta terça-feira (27) sobre o mar em Torres, na divisa do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O fotógrafo e caçador de tempestades Gabriel Zaparolli gravou vídeos e fez fotos de vários sprites vermelhos. Segundo ele, a tempestade que garantiu os registros foi em alto-mar, a aproximadamente 400 quilômetros da costa.
O torrense, que caça tempestades há nove anos, lembra que, desde a adolescência busca captar fenômenos transientes luminosos e nunca havia conseguido um registro com esta qualidade.
“É um feito inédito capturar aqui do Rio Grande do Sul um evento tão difícil de ser registrado e observado por causa da sua duração de milissegundos, assim necessitando de câmeras mais modernas e lentes com abertura entre F/1.2 e F/1.4”, disse o caçador de tempestades.
Zaparolli explica que a ocorrência desses sprites é bem específica e está relacionada a uma forte tempestade. “Também é preciso estar a uma distância entre 200 e 700 quilômetros e sem nuvens para não atrapalhar a partir do ponto de observação”, finalizou.
Segundo a Brazilian Meteor Observation Network (Bramon), os sprites são eventos luminosos transitórios de origem elétrica que ocorrem acima das nuvens de tempestade. São geradas por intensas descargas elétricas que partem dos topos das nuvens e se estendem até o limite superior da mesosfera (em torno de 95 Km de altitude).
“Em certa altura, essa descarga gera um flash de plasma que, por alguns milissegundos, se torna iluminado assumindo formatos variados. Alguns podem parecer colunas de luz, alguns se assemelham a pés de cenouras e outros, podem apresentar formato semelhante à fadas”, detalha a Bramon.
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