
A Polícia Civil (PC) descobriu um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas com aquisição e aluguel de imóveis no Litoral Norte por integrantes de uma facção criminosa. A Operação Litus, deflagrada na manhã desta terça-feira (06), prendeu líderes do grupo criminoso em Tramandaí e Capão da Canoa.
O portal Litoral na Rede apurou que um dos alvos foi capturado em uma residência em Nova Tramandaí. Com ele, os policiais apreenderam duas armas, uma pistola 9 milímetros e uma espingarda, e encontraram um automóvel blindado. Em Capão da Canoa, outro integrante da facção foi preso em um condomínio de alto padrão.
A investigação, realizada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Canoas, na Grande Porto Alegre, cumpriu ainda mandados de busca e de prisão em Imbé, Canoas, Alvorada, Portão, Arroio dos Ratos, Charqueadas, Palmitos/SC e São José/SC.
Ao todo, 11 pessoas foram presas. Cerca de 150 policiais civis cumpriram 75 medidas cautelares. Além de prisões preventivas e apreensões, foram realizados bloqueios de contas bancárias, quebras de sigilo bancário e fiscal e indisponibilização de bens móveis e imóveis.
Ao Litoral na Rede, o delegado Gustavo Bermudes, titular da Draco de Canoas, relatou que os criminosos investiram dinheiro proveniente do crime em casas e terrenos no Litoral Norte. Segundo ele, alguns desses imóveis eram destinados para uso próprio, entre eles as casas onde ocorreram prisões em Tramandaí e Capão da Canoa. Outras eram locados por plataformas digitais, como Airbnb.
“Apurou-se, ainda, que o principal investigado adquiriu um terreno em condomínio de alto padrão em Tramandaí, onde pretendia estabelecer residência e conviver próximo a autoridades públicas e políticas de destaque no cenário do Estado”, disse Bermudes.

A organização criminosa
A investigação, que se estendeu por cerca de um ano, teve início após a prisão de dois criminosos por porte de arma de fogo de calibre restrito, em março de 2024, no município de Osório. A partir desta ação, a Polícia Civil contatou que os integrantes pertencem a uma facção originária do bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, com atuação consolidada em Canoas e no Litoral Norte. O grupo tem envolvimento em crimes como homicídio, tráfico de drogas e extorsão.
“O êxito da investigação está no fato de trazer resultados preventivos, frustrando a audácia dos criminosos de alta periculosidade, negociantes de armas com forte atuação no tráfico de drogas, extorsão e agiotagem que pretendiam com a lavagem de dinheiro adquirir estilo de vida em ambiente próximo de autoridades públicas e empresários que residem no litoral gaúcho”, disse o diretor 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana de Canoas, delegado Cristiano Reschke.