EXCLUSIVO: Tiros de fuzil, pânico e desabafo

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“Os caras com máscara, com colete a prova de balas, com fuzil na mão. Eles começaram a atirar, atira sem parar”, o relato de um empresário de Cidreira parece de uma cena de filme, mas foi mais um episódio de violência registrado no Litoral Norte Gaúcho. Bandidos tentaram parar, a tiros de fuzil e de pistola nove milímetros, o carro em que Rafael Nunes Ribeiro, 30 anos, estava com a esposa e duas crianças na RS-786, entre Tramandaí e Cidreira.

A intenção dos bandidos seria roubar o veículo em que a família estava para fugir. Perto do local do ataque, os assaltantes capotaram um carro roubado usado para assaltar a casa de uma comerciante em Cidreira. O crime ocorreu no primeiro sábado de setembro. No automóvel de Rafael ficaram pelo menos cinco furos de tiros, que atingiram o para-choque e a roda dianteiros, além do assoalho e a porta do motorista.

Um disparo de fuzil atingiu o pé esquerdo da vítima. “Eu senti que fui atingido no pé, que a bala atravessou a porta, atravessou o pé e a minha reação foi fugir”, contou o comerciante que, mesmo ferido, dirigiu até o Pronto Atendimento 24 horas de Cidreira, de onde foi transferido às pressas para o Hospital de Tramandaí. No carro estavam ainda a sua esposa e, dormindo no banco traseiro, o enteado, de sete anos, e a filha, de seis anos. “Vi minha filha e o meu enteado e, minha filha no banco de trás deitada, fiquei muito nervoso com aquilo porque eu achei que tinha acontecido alguma coisa com ela”, recordou.

Com o tiro, Rafael perdeu parte do osso do tornozelo. No Hospital de Tramandaí, ele passou por uma cirurgia de emergência, mas ainda deve precisar de pelo menos mais duas operações. Depois de cinco dias internado, ele retornou para casa, mas por causa do ferimento tem dificuldade de se locomover e precisou parar de trabalhar. “Tô vivo, mas sem poder fazer o que eu mais amo que é o meu serviço. Acordo e não consigo ir buscar uma água na geladeira, não consigo fazer mais nada”, desabafou emocionado.

Até agora, os bandidos não foram presos e Polícia Civil segue com as investigações. O delegado Alexandre Souza, titular da Delegacia de Cidreira, suspeita que a quadrilha não é da região e que pode ter vindo da Grande Porto Alegre.  “Apesar de serem de fora, tudo indica que tinham informações privilegiadas para assaltar a comerciante antes de capotarem o veículo na estrada”, avalia do delegado.

Rafael, que nasceu e sempre viveu no Litoral, fez um apelo às autoridades como o governador do Estado, deputados estaduais e federais e senadores: “Quem se ponham no meu lugar, se ponham no lugar de cada mãe, cada pai que perde um filho. Em vez de aumentar os salários deles, vamos aumentar a Guarda Municipal, vamos aumentar a Brigada Militar”.

 

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