Com muitas dores, uma moradora de Tramandaí, espera há 22 dias para realizar uma cirurgia traumatológica no hospital da cidade. A técnica de enfermagem aposentada, Cinara Escouto de Souza, de 54 anos, quebrou um dos braços e não tem perspectiva para realizar o procedimento cirúrgico.
“É uma dor horrível. Estou com muita dor. Há 22 dias estou aguardando por uma cirurgia. Meu braço está quebrado em duas partes. Estou apavorada. É um descaso com os pacientes do Sistema Único de Saúde”, desabafou Cinara à reportagem do portal Litoral na Rede.
A paciente quebrou os dois braços em situações diferentes. O primeiro, do lado direito, foi em uma queda em casa, quando resvalou em um dia de chuva, no dia 26 de setembro, em Nova Tramandaí. O do lado esquerdo e que necessita de procedimento cirúrgico, foi fraturado em seu local de trabalho, na cidade de Imbé.
O Hospital Tramandaí está sob gestão da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV). O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) que a instituição está com pagamento atrasados a profissionais que atuam no Litoral Norte e também no Hospital de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana.
O diretor do Simers, Jeferson Oliveira, que se reuniu na última segunda-feira (11), com o diretor-geral da FHGV, Tércio Tedesco Júnior, afirmou que são profissionais de várias especialidades que aguardam o pagamento, referente a diferentes períodos, o que tem preocupado os profissionais e levado o Simers a buscar diversas agendas com os gestores.
“Os diretores da Fundação nos prestaram as informações necessárias e agora vamos buscar uma agenda com a empresa responsável pela contratação dos médicos, bem como dar continuidade ao contato realizado com o corpo clínico para acompanhar se os pagamentos serão efetivamente realizados”, destacou o diretor do Simers.
O Litoral na Rede questionou a FHGV sobre a demora na realização da cirurgia da paciente que aguarda há 16 dias pelo procedimento. Também perguntou se há falta de médicos no Hospital Tramandaí e sobre possíveis impactos nos atrasos dos salários dos profissionais no atendimento.
Sobre o caso de Cinara Escouto de Souza, a FHGV informou que não há previsão de quando o procedimento será realizado. A Fundação aponta ainda que enfrenta dificuldade para contratar médicos traumatologistas o que “acarretou fila para realização de procedimentos na área da traumatologia, sendo que os casos estão sendo atendidos conforme a gravidade”.
Sobre atrasos de pagamentos relatados pelo Simers, a instituição aponta que são profissionais de empresas contratadas e que “não repercute em falta de atendimentos no HT.”
NOTA FHGV
Concurso realizado pela Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV) não supriu a necessidade de médicos traumatologistas para a demanda existente no Hospital Tramandaí (HT).
Para solucionar o problema, houve a contratação de empresa por licitação pública, que também não conseguiu o número suficiente de profissionais. O contrato com essa empresa continua vigente e a FHGV busca solução conjunta para a contratação dos médicos necessários.
A dificuldade enfrentada acarretou fila para realização de procedimentos na área da traumatologia, sendo que os casos estão sendo atendidos conforme a gravidade.
Quanto a possíveis atrasos no pagamento a médicos de empresas contratadas, a Fundação informa que o fato não repercute em falta de atendimentos no HT.
*matéria editada para corrigir a informação de dias que a paciente aguarda o procedimento. O correto é 22 dias e não 16 como havíamos publicado anteriormente.