













O aparecimento de lobos-marinhos no litoral não é raridade, mas eles ainda chamam a atenção da população quando descansam na areia da praia depois de longas viagens pelo oceano. Nesta segunda-feira (20), um deles resolveu dar uma paradinha em Tramandaí, nas proximidades da guarita 142, na região central da cidade.
A presença do mamífero despertou curiosidade e preocupação em quem mora ou passa pelo local e as pessoas acionaram o Ceclimar / UFRGS. Atenta à movimentação na orla de Tramandaí, a professora Márcia Bueno Cabañero registrou tudo com as lentes de sua câmera fotográfica, desde a chegada do lobo-marinho até a tentativa da equipe do Ceclimar em removê-lo para um local com menor movimentação.
As fotos foram feitas de forma adequada, ou seja, à distância para não assustar ou estressar o animal. De acordo com o médico veterinário do Ceclimar, Derik Blaese de Amorim, as pessoas desconhecem o comportamento do animal e imaginam que ele deve estar muito doente e que está morrendo, mas na verdade está apenas descansando. “Muitas se aproximam do bicho e isso faz com que ele não consiga descansar. É necessário se afastar do lobo-marinho e manter uma distância de aproximadamente cinco metros”, explicou.
O alerta deve ser levado a sério, pois o lobo-marinho não está acostumado com a presença do ser humano ou de outra espécie e pode, por instinto, atacar para se defender. “Muitas pessoas levam as crianças para posar para fotos ao lado do animal a uma distância mínima. Se o animal se sentir ameaçado e resolver atacar, pode causar sérias lesões devido à força da mordida”, explicou Blaese.
O médico veterinário alerta também sobre os riscos de doenças que podem ser transmitidas pelos lobos-marinhos com a aproximação inadequada, devido à presença de bactérias no organismo do animal. “Eles podem transmitir algumas doenças como a tuberculose e brucelose, entre várias outras”, salientou.
Sobre o lobo-marinho que descansava em Tramandaí, Blaese informou que o mamífero deve pesar aproximadamente 60 quilos, é macho e tem uma condição corporal boa, apesar de ter uma lesão na nadadeira anterior esquerda, o que não justifica um resgate. “Tentamos fazer a remoção para um local mais afastado, distante. Mas ele estava forte e resistiu. Decidimos não realocar o animal, pois ele deve voltar ao mar”, concluiu o especialista.