Um fato inusitado tem chamado a atenção de pesquisadores do Projeto Farol das Baleias, que monitora a chegada desses animais no Litoral Norte do Rio Grande do Sul: a presença de baleias-jubarte. O estado faz parte da rota de migração da espécie, mas elas costumam passar a cerca de mil quilômetros da costa gaúcha. Neste ano, houve registros do animal em Torres. “Em um dia cheguei a contabilizar quatro jubartes, esse é um fenômeno muito raro”, esclareceu o coordenador do projeto, Daniel Danilewicz.
A espécie já causa problemas em Santa Catarina. As dezenas de baleias que apareceram no estado vizinho têm se enrolado em redes de pescadores. Ainda não há uma explicação para esse movimento. A hipótese está no aumento do número de jubartes. Hoje, a população está perto de 25 mil no Brasil. A espécie se recuperou mais rápido do que as baleias-franca, por exemplo, das caças que aconteciam no país até a década de 1980.
As baleias-jubarte se reproduzem no Espirito Santo e na Bahia. “Em outros lugares do mundo, os bichos que ainda não têm idade para procriar podem ficar em lugares intermediários, que não sejam nem tão frios nem tão quentes. Pode ser isso que esteja acontecendo, mas ainda não temos certeza de nada”, conta Daniel. Por causa da presença da espécie em Santa Catarina, é provável que o Rio Grande do Sul tenha mais registros do animal nesta temporada.
Como diferenciar as baleias-jubarte das francas
Quem quiser observar as baleias no Litoral Norte vai se deparar com dois tipos: as jubartes e as francas. Para conseguir identificar qual é a espécie é preciso olhar para as características de cada uma. As baleias-jubarte possuem uma corcunda, têm nadadeiras e a respiração delas em contato com a água sai em um jato único. Já as baleias-francas são lisas e têm o jato de água em formato de V.
Quem avistar qualquer uma das espécies pode entrar em contato pelo WhatsApp (51) 98914-5022 do Projeto Farol das Baleias. O grupo também está no instagram @faroldasbaleias.
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