Diagnósticos de covid-19 aumentam 500% em uma semana no Litoral Norte

Crescimento da transmissão impacta serviços de saúde em municípios da região

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UPA de Tramandaí. Foto: Litoral na Rede / Arquivo

Em sete dias, o Litoral Norte do Rio Grande do Sul registrou 1.108 novos diagnósticos de covid-19. O número contabilizado entre quinta-feira (30) e essa quarta-feira (05) é mais de 500% maior do que no mesmo período anterior, de 23 a 29 de dezembro, quando 182 casos foram confirmados.

A explosão da transmissão do coronavírus, que também é registrada no Estado e no país, reflete ainda no aumento de pessoas com a doença ativa. Nesta quarta havia, na região,  1.476 pacientes no período de isolamento ou tratamento em função da covid-19.

Esse número representa duas vezes e meia mais do que os pacientes que estavam nesta situação no mesmo dia da semana passada, quando eram 589. A quantidade de casos ativos no Litoral Norte é o maior desde o dia 3 de novembro.

Os dados são do Centro de Operações de Emergência (COE) da 18ª Coordenaria Regional de Saúde e constam no boletim divulgado na noite dessa quarta-feira. Conforme o boletim, não houve óbitos por covid-19 na região desde o dia 30 de dezembro.

Impacto nos serviços de saúde

Os serviços ambulatórias e especialmente os prontos atendimentos do Litoral Norte são os mais afetados em função da demanda causada pelo aumento da transmissão do coronavírus nas últimas semanas. Nas unidades de pronto atendimento (UPAs) de Tramandaí e Capão da Canoa, o número de pacientes nos setores para casos de síndrome respiratória aumentou pelo menos quatro vezes. Em Imbé, o número de casos ativos cresceu 1.000%.

Tramandaí

Na UPA de Tramandaí, são recebidos, em média, 145 pacientes com sintomas respiratórios por dia. No início de dezembro, eram cerca de 30 a cada dia. O secretário municipal da Saúde, Luciano Saltiel, informou que, com a maior procura, foi preciso ampliar a quantidade de profissionais para este atendimento. “Aumentamos o número de plantonistas e de pediatras na UPA . E estamos ampliando o número de equipes para o atendimento volante”, disse.

Além dos atendimentos na UPA,  houve incremento na demanda pelas equipes volantes da Secretaria da Saúde. Entre 20 e 30 de dezembro, foram 116.  De 31 de dezembro a 5 de janeiro, passou para 175.

Capão da Canoa

UPA de Capão da Canoa. Foto: Luiz Moraes / PMCC

Em Capão da Canoa, a quantidade de atendimentos de casos de síndrome respiratória passou de 50 para 200 por dia. O secretário municipal da Saúde, Josiel Matos, informou que também houve incremento nos diagnósticos de covid-19 entre esses pacientes. “Dos testados, a média de positivos passou de 5% para 45%”, relatou.

Josiel explicou que foi preciso reforçar as equipes médicas.  Segundo ele, há quatro médicos por turno na UPA, dois atendendo casos de sintomas respiratórios, dois no Pronto Atendimento 12 horas de Capão da Novo e outros quatro no serviço de tele consulta, ativado nessa quarta-feira.

“O paciente vai aos postos de atendimento, ele é triado pelo enfermeiro, é feito o teste e o médico entra em contato depois. Se é testado e deu negativo, é dispensado, se é testado e deu positivo, é feita a classificação de risco, se é baixa, a pessoa vai para casa e depois o médico faz uma vídeo chamada pelo WhatsApp”, detalhou o secretário sobre a tele consulta.

Imbé

De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde de Imbé, o número de casos ativos de covid-19 no município aumentou 1.000% em um mês, considerando apenas moradores. Em 6 de dezembro, a cidade apresentava seis casos ativos. Agora são 70 casos ativos.

De 27 a 31 de dezembro, o serviço de referência para suspeitas de covid-19, teve 562 atendimentos. Já no período de 1º a 4 de janeiro, foram 704. A enfermeira Caroline Pimenta, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Imbé, disse que há aumento das pessoas testadas e também em isolamento.

“Os casos positivos identificados com testes rápidos são imediatamente orientados a iniciar isolamento por pelo menos 10 dias a contar do início dos sintomas, mesmo aqueles pacientes que apresentam sintomas muito leves ou sentem-se sem sintomas, pelo risco de estarem contaminando outras pessoas. Também há aqueles pacientes que realizam coleta de RT-PCR, que leva mais tempo para ficar pronto. Nesses casos, até que o exame seja liberado ou da mesma forma as pessoas completem 10 dias de início dos sintomas e estejam recuperadas, são encaminhadas para isolamento e aguardam o resultado dos exames”, explicou.

Hospitais

Apesar do crescimento nos novos diagnósticos, ainda não há, segundo o COE da 18ª CRS, reflexo nos serviços hospitalares. Há 34 moradores da região hospitalizados por causa da doença. A taxa geral de ocupação de leitos de UTI  no Litoral Norte é de 47% e a de leitos clínicos covid 9%, dados que permanecem inalterados em relação à última semana.

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