O tempo ajudou e os primeiros registros do “Cometa do Século” foram feitos no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. As imagens foram registradas na madrugada deste sábado (28) pelo fotógrafo Gabriel Zaparolli, em Torres.
Havia a possibilidade de o C/2023 A3 já ser visto desde a metade do mês de setembro, mas o céu encoberto impediu a visualização na região. Com condições favoráveis, Zaparolli e um grupo de amigos ficaram de prontidão durante a madrugada e o fotógrafo garantiu o registro às 4h40, além de ver o cometa a olho nu nos molhes no RS divisa com SC.
“Após cerca de 14 dias de espera para fotografar o cometa A3, as condições do tempo melhoraram e proporcionaram uma janela incrível para observação. Aí, por volta das 4:30 da manhã, eu e mais um grupo de amigos e mais uns fotógrafos fomos para o caminho dos molhes para tentar fotografar e observar”, relatou ao portal Litoral na Rede.
Zaparolli, que é referência na região em caça a tempestades e observação de fenômenos astronômicos, comentou que no momento da visualização, a plataforma Comet Observation database (COBS) apontava que a magnitude era de 2 (quanto menor o número, maior é o brilho).
O fotógrafo sugere que as pessoas que quiserem tentar o fenômeno no Litoral Norte ainda terão alguns dias, porque ele deve ser visível nas madrugadas, antes do amanhecer, até a primeira semana de outubro.
Nas madrugadas deste domingo (29) e de segunda-feira (30), as condições do tempo devem ser favoráveis. A orientação é olhar para Leste, ou seja, para o lado do oceano.
O cometa
Cometas são corpos celestes formados por gelo e poeira e que orbitam o Sol. Eles possuem um núcleo sólido, uma nuvem de gases e poeira ao redor, e um longa calda brilhante.
O corpo celeste C/2023 A3 (Tsuchinshan–ATLAS) este sendo chamado de “Cometa do Século” pela possibilidade de ser o mais brilhante do século 21.
“Com base nos últimos cometas, dos últimos tempos, como o Hale-Bopp, o Halley, que foram considerados cometas do século, no caso do século passado, o cometa C/2023 A3 pode alcançar, atingir uma magnitude tão brilhante quanto estes cometas”, explicou o astrônomo Filipe Monteiro, do Observatório Nacional, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Já a astrônoma do Museu de Astronomia e Ciências Afins, Cristiane de Oliveira Costa, reforça a importância da passagem do cometa para os estudos de astrofísica.
“O estudo de cometas no geral, nos auxilia a entender um pouco mais como foi a formação do nosso sistema solar. Algo muito importante para a gente é entender como a Terra tem essa quantidade de água, como foi esse processo. E existem estudos que apontam que os cometas podem nos auxiliar a entender essa quantidade de água na Terra”, disse à Agência Brasil.