O comércio considerado não essencial poderá retomar as atividades na próxima semana no Rio Grande do Sul. Em uma reunião virtual com lideranças empresariais, nessa terça-feira (16), o governador Eduardo Leite anunciou que o sistema de cogestão regional será retomado a partir do próximo dia 22 de março, segunda-feira.
A cogestão possibilita aos municípios adotarem medidas mais flexíveis do que a bandeira em vigor, no caso atual, a preta, que devem ser mantida. Para isso, no entanto, o governo tornará mais restritivas as regras da bandeira vermelha, que poderão ser estabelecidas pelas regiões.
As lojas poderão funcionar de segunda a sexta-feira, até às 20h. Já restaurantes, bares e lanchonetes poderão atuar sem restrição de dias, mas somente até às 17h. Hotéis e alojamentos terão liberação pata operar com lotação máxima de 50% com Selo Turismo Responsável e 30% sem Selo Turismo Responsável.
Educação
As atividades de educação, por outro lado, seguem suspensas com a bandeira preta, sem cogestão. O governo reiterou aos empresários que os prefeitos poderão optar por adotar protocolos mais restritivos.
Fechamento noturno
Além disso, a suspensão geral das atividades entre 20h e 5h deve ser mantida até 30 de março. A partir de abril, essa medida deverá vigorar nos finais de semana, de sexta-feira a domingo.
Linhas de crédito
O governo também anunciou ações para amenizar a crise econômica que as empresas gaúchas enfrentam por causa da pandemia e das restrições de funcionamento. Serão disponibilizadas linhas de crédito do BRDE, Badesul e Banrisul.
Repercussão
O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, participou da reunião virtual e considerou positiva a disposição do Governo Estadual em adaptar as medidas a partir da cogestão. No entanto, reforçou o pedido para que a revisão dos protocolos de bandeira vermelha não signifique o fechamento do comércio nos finais de semana. Além disso, cobrou uma solução para as atividades de ensino, diante do projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa, com o apoio da Federação.
“O comércio deve ficar aberto todos os dias, inclusive para evitar aglomerações. Precisamos também de uma solução para as atividades de educação, que não foram incluídas no modelo de cogestão, mas que foram reconhecidas como atividade essencial em votação na Assembleia Legislativa nesta terça-feira”, ponderou Bohn que recebeu como retorno do governador Eduardo Leite a reafirmação do compromisso com a abertura das atividades de educação infantil e a promessa de avaliação de novos caminhos para procurar essa reabertura, contornando a decisão do Poder Judiciário.
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL-RS), Vitor Augusto Koch, também avaliou as medidas. Segundo ele, a retomada, mesmo que parcial poderá salvar empresas e empregos.
“Diante do cenário que o setor produtivo gaúcho vive atualmente, consideramos positivas as medidas anunciadas pelo governador. Especialmente o retorno do sistema da cogestão regional. Acreditamos que elas contemplem, ainda que de forma parcial, o clamor dos lojistas e dos demais segmentos econômicos do Rio Grande do Sul. Com a retomada das atividades, é possível que a economia ganhe um novo fôlego e que milhares de empresas e empregos sejam mantidos”, disse.
