Chuva Orionídeas: meteoro fireball se extingue na costa do RS

Veja registros do fenômeno e saiba como visualizar a chuva de meteoros

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Meotoro da chuva Orionídeas no céu do RS. Foto: Observatório Heller & Jung

O pico da chuva de meteoros Orionídeas garantiu registros de um meteoro de alta magnitude, chamado de fireball — bola de fogo — no céu do Rio Grande do Sul. Ele se extinguiu no Oceano Atlântico, na costa do Estado, na madrugada desta quarta-feira (22).

As imagens captadas pelas câmeras do Observatório Heller & Jung, localizado em Taquara, mostram o fenômeno de diversos ângulos. [veja o vídeo abaixo].

De acordo com o diretor do observatório, Carlos Fernando Jung, o fireball ingressou na atmosfera a uma altitude de 95,5 km, às 3h58. A duração foi de 2,2 segundos e a magnitude de -4,1. Para efeito de comparação, a magnitude média da Lua Cheia é -12,7.

A extinção do meteoro, conforme análise do observatório, ocorreu sobre o sudeste do oceano, na costa do RS, entre as praias da Solidão e de São Simão, em Mostardas.

Assista

Chuva Orionídeas

Esta semana é o melhor momento para assistir à chuva de meteoros Orionídeas, que iluminará o céu em diversas partes do planeta. No Brasil, o fenômeno poderá ser visto de qualquer região.

De acordo com o Observatório Nacional (ON), o pico de observação da chuva Orionídeas iniciou na madrugada desta quarta-feira (22) e se estende até a madrugada de quinta-feira (23). O melhor horário para observação é da meia-noite ao amanhecer. O Observatório classifica a visibilidade como “excelente” em todo o território.

O nome Orionídeas é uma referência à constelação de Órion, de onde os meteoros parecem “nascer”, perto da estrela Betelgeuse. A constelação leva o nome do mito grego de Órion, um gigante caçador. É uma das constelações mais conhecidas e facilmente identificáveis no céu noturno: seu centro é marcado por três estrelas brilhantes, as Três Marias. No entanto, os meteoros podem surgir em qualquer parte do céu.

Como acompanhar a chuva de meteoros

O pico de visualização das Orionídeas coincide com a Lua Nova, apenas 2% iluminada e se pondo cedo. Isso faz com que o céu fique escuro durante toda a noite, facilitando a observação. No momento mais movimentado, sob condições ideais, os observadores esperam ver de 15 a 20 meteoros por hora.

De acordo com o Observatório, não é preciso equipamento especial nem conhecimento específico para acompanhar o fenômeno. A recomendação é procurar um local escuro, se possível afastado das grandes cidades, para evitar a poluição luminosa. Além disso, deve-se apagar as luzes ao redor. Outro fator imprescindível é que o tempo esteja bom.

A Nasa, agência espacial americana, acrescenta que, em menos de 30 minutos no escuro, os olhos se adaptam, facilitando a observação.

O que são chuvas de meteoros?

As chuvas de meteoros são vestígios da passagem de cometas, que deixam detritos (meteoroides) à deriva no espaço. O brilho visível da Terra ocorre quando essas rochas entram em altíssima velocidade na atmosfera terrestre e se desintegram.

Ao enfrentar a resistência do ar, o meteoroide sofre a ablação (queima), o que forma um rastro brilhante. Quando são muitos, formam uma chuva. Isso acontece quando o planeta passa por uma dessas zonas de detritos.

No caso das Orionídeas, os detritos são originários do cometa Halley, que circula pelo Sistema Solar e passa a cada 75–76 anos pela Terra.

A passagem do Halley provoca duas chuvas de meteoros: uma no segundo semestre, de 2 de outubro a 12 de novembro — quando a Terra atravessa a parte mais densa e empoeirada desses detritos — e outra, em maio (Eta Aquáridas).

Rápidos e brilhantes

Os meteoroides são geralmente pequenos — desde partículas de poeira até pedregulhos — e quase sempre queimam rapidamente na atmosfera.

De acordo com a agência espacial americana Nasa, além das trilhas que duram de segundos a minutos, os meteoros mais rápidos podem criar o efeito de “bola de fogo”.

Quando um fragmento de rocha espacial resiste à entrada na Terra e chega à superfície, passa a ser chamado de meteorito.

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