Chuva de meteoros Eta Aquáridas ilumina o céu em maio; saiba como observar

Fenômeno que atinge o pico na madrugada desta terça-feira está ligado ao famoso cometa Halley

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Sobreposição de 126 meteoros registrados no período de 5 dias na direção noroeste, o que já mostra uma intensa atividade da chuva de meteoros Eta Aquáridas registrada no céu do RS. Foto: Carlos Fernando Jung / Observatório Espacial Heller & Jung / Imagem de 2023 / Arquivo

A chuva de meteoros Eta Aquáridas, formada por fragmentos do cometa Halley, atinge seu pico nesta semana e poderá ser observada com mais intensidade na madrugada desta terça-feira (6). Segundo o Observatório Nacional, as condições estão favoráveis para acompanhar o fenômeno, especialmente em áreas mais afastadas da iluminação urbana.

De acordo com o astrônomo Marcelo de Cicco, coordenador do projeto Exoss — iniciativa de monitoramento de meteoros apoiada pelo Observatório Nacional (ON/MCTI) — o melhor horário para observação é entre 2h e 4h da manhã, com o olhar voltado para o leste.

A boa notícia é que, até o dia 6 de maio, a Lua não atrapalha a visibilidade, pois se põe antes do amanhecer. A partir do dia 7, porém, a claridade lunar pode dificultar a visualização dos meteoros.

Dicas para observar a Eta Aquáridas

Para quem deseja assistir ao espetáculo celeste, a recomendação é buscar um local escuro e sem poluição luminosa. O ideal é se deitar em uma cadeira reclinável ou sobre uma superfície plana e mirar a região do céu onde está localizada a constelação de Aquário.

No Hemisfério Norte, o número estimado de meteoros por hora varia de 10 a 15, em condições ideais. Já no Hemisfério Sul, principalmente em áreas tropicais, a observação é ainda mais favorecida. Isso porque o ponto de origem dos meteoros (conhecido como radiante) aparece mais alto no céu e as noites são mais longas.

Segundo De Cicco, também é possível ver meteoros longos e brilhantes — chamados de earthgrazers — quando o radiante ainda está baixo no horizonte.

O que são chuvas de meteoros?

As chuvas de meteoros ocorrem quando fragmentos de cometas ou asteroides — os chamados meteoroides — entram na atmosfera da Terra em altíssima velocidade. O atrito com o ar faz com que esses pequenos corpos incendeiem, produzindo os traços luminosos que chamamos de meteoros.

No caso da Eta Aquáridas, os fragmentos vêm do cometa Halley, que passa pelo Sistema Solar a cada 76 anos.

“Cada meteoro da Eta Aquáridas é um pedacinho do cometa Halley. Ao entrar na atmosfera, esses fragmentos queimam e criam os riscos luminosos que vemos no céu”, explica De Cicco.

Os meteoroides variam de grãos de poeira a pequenos pedregulhos, geralmente se desintegrando completamente durante o trajeto atmosférico.

Por que a ciência se interessa por esses fenômenos?

Além de oferecer um belo espetáculo visual, as chuvas de meteoros são objeto de estudo da astronomia. Elas ajudam os cientistas a estimar a quantidade de detritos espaciais que atingem a Terra e em que períodos isso ocorre com mais intensidade. Essas informações são fundamentais para a proteção de satélites e missões espaciais.

Outro ponto de interesse é o estudo da formação do Sistema Solar. Ao analisar a composição química dos meteoros, pesquisadores conseguem obter dados sobre os cometas dos quais eles se originaram, ampliando o conhecimento sobre a origem dos corpos celestes.

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