Caminhos dos Cânions do Sul é reconhecido pela Unesco como geoparque mundial

Sete cidades gaúchas e catarinenses integram o geoparque; Torres e Mampituba, no Litoral Norte, estão entre elas

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Cânion Fortaleza em Cambará do Sul. Foto: Litoral na Rede

O Caminhos dos Cânions do Sul foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como um território de relevância geológica internacional e passa a integrar oficialmente a Rede Global de Geoparques (Global Geoparks Network – GGN). A decisão foi anunciada, nesta quarta-feira (13), após a 214ª sessão do Conselho Executivo da Unesco, realizada em Paris, que endossou a aprovação de oito novos geoparques.

O geoparque que recebeu a certificação internacional é formado pelos municípios de Torres, Mampituba e Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul, e Praia Grande, Jacinto Machado, Timbé do Sul e Morro Grande, em Santa Catarina. Ele abrange uma área total de 2.830 km2 e cerca de 74 mil habitantes.

A riqueza do patrimônio geológico, da biodiversidade e da cultura regional motivou a busca pelo título. A região apresenta a maior concentração de cânions do Brasil, com grandes escarpas que atingem até 1157 metros de altura e extensão total de aproximadamente 250 km.

O Brasil passa a ter três geoparques, sendo o primeiro deles o de Araripe, no Ceará, reconhecido em 2006, e agora o dos Caminhos dos Cânions do Sul e o de Seridó, no Rio Grande do Norte, que receberam o título agora.

Dos 18 projetos avaliados pela Unesco em 2021, oito foram aprovados, sendo os geoparques brasileiros os únicos na América Latina. Os outros seis ficam na Europa: Rise (Alemanha), Platåbergen (Suécia), Mëllerdall (Luxemburgo), Buzău Land (Romênia), Salpausselkä (Finlândia) e Kefalonia-Ithaca (Grécia).

Conquista para a região

A chancela insere a região no mapa dos destinos que são exemplo de gestão com foco no desenvolvimento sustentável e abre portas para novas oportunidades de cooperação com outros 176 Geoparques em 46 países.

Os geoparques são considerados territórios do futuro, onde as riquezas naturais e culturais se revelam como os principais recursos para a geração de novas oportunidades de renda e melhoria das condições de vida das comunidades.

Praia da Guarita, Torres. Foto: Mar Pedro Abreu / Colaboração Litoral na Rede / Arquivo

O presidente do Consórcio Intermunicipal Caminhos dos Cânions do Sul, Carlos Souza, prefeito de Torres, a chancela reconhece a trajetória construída ao longo de 15 anos e traz um novo olhar sobre o potencial turístico da região, destacando sua importância para o mundo.

“Esta conquista é resultado da mobilização de diferentes lideranças, pesquisadores, educadores, estudantes, instituições parceiras, empreendedores, equipe técnica e todos que sempre acreditaram no Geoparque. É só o início de uma nova etapa de trabalho intenso pela frente, mas que já está trazendo importantes resultados para o desenvolvimento econômico da nossa região”, destaca Souza.

A mobilização dos municípios gaúchos e catarinenses  pelo reconhecimento começou em 2007. Dez anos depois, foi criados o Consórcio Público Intermunicipal Caminhos dos Cânions do Sul, órgão responsável pela gestão do projeto.

Em 2019, o Consórcio enviou à Unesco o dossiê oficializando o processo de candidatura. Em novembro do ano passado, dois representantes da Unesco estiveram na região e percorreram todos os municípios do território, avaliando se o projeto cumpria cumpre os requisitos para o título, entre eles: visibilidade, atuação em rede com outros geoparques, estrutura de gestão, atividades educacionais, culturais e de pesquisa científica, além da relevância geológica.

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