Artesanato com palha de butiá será reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial de Torres

Prática representa saberes, técnicas e tradições que têm sido preservados e transmitidos de geração em geração

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Técnicas e tradições que têm sido preservados e transmitidos de geração em geração. Foto: Instituto Curicaca

O modo de fazer artesanato com palha de butiá no município de Torres, será reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada pela prefeitura da cidade. O reconhecimento é uma decisão da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) e ocorre, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Estadual (Iphae).

Na próxima quinta-feira (17), haverá uma cerimônia onde será assinado o registro deste importante reconhecimento, que faz parte da cultura e da história do município. O ato acontecerá às 14 horas, no Memorial do Rio Grande do Sul, localizado na Praça da Alfândega, no Centro Histórico, de Porto Alegre. Na data é celebrado o Dia Estadual do Patrimônio Cultural.

Este reconhecimento do modo de fazer artesanato com palha de butiá como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul, foi um pedido apresentado pelo Instituto Curicaca, ao Iphae, em 2016. A organização não governamental sem fins lucrativos, atua na conservação da biodiversidade, salvaguarda cultural e promoção do ecodesenvolvimento.

No decorrer dos anos, diversas complementações a proposta foram solicitadas pelos técnicos do Iphae. Em outubro de 2022, numa audiência na capital, a detentora do saber e mestra artesã Eni Monteiro, entregou um documento atualizado para a secretária da Sedac, Beatriz Araujo, ao diretor do Iphae, Renato Savoldi e a historiadora Frinéia Zamin. O encontro foi acompanhado por

Patrícia Bohrer, coordenadora de educação e cultura, e por Alexandre Krob, coordenador técnico e de políticas públicas do Instituto Curicaca.

Conforme a prefeitura de Torres, a distinta prática do artesanato com a palha de butiá, além de ser uma expressão artística, representa um conjunto intrincado de saberes, técnicas e tradições que têm sido preservados e transmitidos de geração em geração. “A comunidade da Restinga de Itapeva, onde essa arte é praticada, atribui uma gama de significados profundos à técnica. Para muitos, essa prática artesanal vai além do aspecto econômico, estabelecendo vínculos afetivos enraizados em conexões familiares”, diz a prefeitura.

Reconhecimento do modo de fazer artesanato com palha de butiá como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul, foi um pedido apresentado pelo Instituto Curicaca, ao Iphae, em 2016. Imagens: Instituto Curicaca

Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul

Quando um bem se torna patrimônio cultural significa que ele tem relevância artística, histórica e social para ser perpetuado. No caso de bens materiais, como conjuntos arquitetônicos, jardins e obras de arte, ocorre o tombamento. Quando se trata de bens de natureza imaterial, tem-se o registro.

O conceito de bem imaterial é mais abrangente: são manifestações culturais que possuem representatividade para um grupo social. Pode ser um dialeto, um idioma, uma atividade culinária, uma festa popular, um rito religioso, um saber ou modo de fazer. São vários elementos culturais que não necessariamente precisam de uma materialidade, mas fazem referência à identidade, à ação e à memória de grupos sociais e étnicos.

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