Os serviços prestados pela CEEE Grupo Equatorial Energia em 72 municípios gaúchos, incluído os do Litoral Norte, estão gerando muitas reclamações de clientes da distribuidora. Em uma reunião, nesta quarta-feira (26), representantes Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiram iniciar uma fiscalização na concessionária devido a problemas relacionados a atendimento e falta de fornecimento de energia.
Na audiência, que ocorreu de forma virtual, a conselheira-presidente da Agergs, Luciana Luso de Carvalho, expôs a necessidade de ação fiscalizatória em relação aos serviços prestados pela concessionária no estado e reiterou que o pedido havia sido feito em maio.
Luciana enfatizou a insatisfação generalizada com a CEEE Equatorial, relatando o testemunho de prefeitos, vereadores e usuários. Os conselheiros Paulo Roberto Petersen e Alexandre Porsse, além do diretor-geral, Francisco de Araujo, e do Gerente de Energia e Gás Canalizado da Agergs, Alexandre Jung também participaram do encontro.
Alexandre Jung disse que houve descumprimento do plano de resultados, e que é preciso avançar nas ações regulatórias, passando à fiscalização da concessionária, que pode levar à aplicação de novas multas. Da mesma forma, ele observou a degradação de conjuntos elétricos, o atendimento deficitário, a falha na comunicação e a ineficiência na atividade de poda de árvores, um dos maiores causadores de descontinuidade do fornecimento.
Após todos os problemas serem relatados, a Aneel acolheu a indicação da Agergs para a fiscalização imediata dos serviços prestados pela CEEE Equatorial, em especial a continuidade do fornecimento de energia elétrica, agravado no período dos ciclones dos meses de junho e julho.
Os conselheiros Alexandre Porsse e Paulo Roberto Petersen cobraram ações de curtíssimo prazo, pois não é a primeira vez que este tipo de problema acontece. Para eles, a reação da companhia frente à situação não corresponde ao esperado. Lembraram também que outros eventos climáticos severos estão previstos, e aparentemente se tornarão rotineiros.
Sobre a decisão, a presidente da Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte) e prefeita de Balneário Pinhal, Marcia Tedesco, disse, ao Litoral na Rede, que a concessionária precisa se aperfeiçoar na comunicação, no relacionamento com o cliente e trocar os postes de madeira que estão em grande número deteriorados. Ela lembrou também das cobranças realizadas, devido à falta de energia elétrica, em uma reunião entre 13 prefeitos da região com a diretoria da CEEE Equatorial.
“Tem que aperfeiçoar o relacionamento com o cliente, pois muitas pessoas não conseguem acessar a Clara [serviço de atendimento pelo WhatsApp] para solicitar religação e informar falta de energia. Não conseguem fazer o fechamento da ligação. Os usuários começam e desistem. Acredito que os escritórios nos municípios e/ou regionais devem estar afinados com a comunidade local. Só via protocolo não funciona. Acho que, se episódios como este vierem a se repetir, tem que haver intervenção mesmo”, declarou Marcia Tedesco, ao ponderar que a empresa deve ter uma nova oportunidade de aperfeiçoar seus serviços.