
Um homem acusado de matar o próprio filho recém-nascido, a mãe da criança e outras três pessoas da mesma família, há seis anos, foi condenado a mais de 145 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Porto Alegre. O julgamento ocorreu na última sexta-feira (16).
Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), Ronaldo dos Santos cometeu os crimes na noite de 24 de maio de 2016, em uma casa no bairro Itu-Sabará, na Capital, motivado pela insatisfação com o nascimento do filho Miguel Felipe Figueiró. O recém-nascido era fruto de sua relação extraconjugal com Luciane Felipe Figueiró, que também foi morta na mesma noite.
De acordo com a acusação, Ronaldo teria receio de que a mulher usasse a criança para lhe exigir dinheiro. Na noite do crime, ele teria sido recebido na casa das vítimas como uma visita. Após disparar contra Luciane, ele atuou para acobertar a execução, matando também outros três familiares dela que estavam no local: o filho João Pedro Figueiró, de cinco anos, a mãe dela, Lourdes Felipe, de 64, e o ex-cunhado Walmyr Felipe Figueiró, de 29 anos.
Todas as vítimas foram executadas com um tiro de revólver calibre 22 na cabeça. Ao sair do local, o acusado teria acionado o gás de um queimador do fogão e deixado o bebê, Miguel, para morrer por asfixia ou inanição. Os corpos foram encontrados uma semana depois por uma parente.
Depois de adiamentos, a sessão de julgamento foi finalmente realizada no plenário da 4ª Vara do Júri do Foro Central da Capital, especializada em feminicídios. Baseado no veredito dos jurados, o juiz de Direito Tadeu Trancoso de Souza determinou a pena do réu: 145 anos, 11 meses e 10 dias de reclusão pelos cinco homicídios, em regime inicial fechado. O homem, que já estava preso na Penitenciária Estadual de Canoas (PECAN), não poderá recorrer em liberdade.
Além dos cinco homicídios qualificados, o acusado respondeu por fraude processual, pois teria colocado sob o corpo do irmão de Luciane buchas com drogas com o fim de simular que os crimes tivessem ligação com o tráfico, afastando suspeitas sobre ele. Pelo crime, a pena foi aumentada em 10 meses.