Abraço simbólico no Parque da Guarita mobiliza centenas de pessoas em Torres

Grupo é contrário à construção de prédios de 14 andares ao lado do reduto natural

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Abraço ao ponto turístico reuniu cerca de 300 pessoas. Foto: Mar Pedro Abreu

Com faixas e cartazes, cerca de 300 pessoas, entre crianças e adultos, se reuniram no Parque da Guarita, em Torres, para um abraço simbólico à icônica pedra que dá nome ao local. O ato, realizado na manhã desse sábado (19), contou com a participação de entidades, associações e moradores que se mobilizam contra a construção de dois prédios de 14 andares junto ao ponto turístico, movimento visto por muitos como uma ameaça à preservação da área.

Idealizado nos anos 70 por José de Lusemberger, o Parque da Guarita é um símbolo da preservação ambiental e uma referência na paisagem de Torres. À reportagem do portal Litoral na Rede, Alexis Sanson, coordenador do projeto Praia Limpa Torres e um dos organizadores do ato, disse que o abraço simbólico foi uma resposta à movimentação de uma construtora que planeja erguer as duas torres nos arredores do parque.

“A ideia do abraço foi um manifesto pacífico, um recado claro sobre a preocupação com a verticalização de construções próximas ao parque. A ação não teve motivação política, mas sim um apelo pela preservação do que ainda temos de natural em nossa cidade”, destacou Alexis, ressaltando também a importância do Parque da Guarita para a identidade de Torres e de toda a região do Litoral Norte.

De acordo com os organizadores, foi a primeira vez que um abraço simbólico foi realizado em torno da pedra, considerada um dos cartões-postais mais icônicos do Rio Grande do Sul. Alexis também classificou o ato como um marco na luta pela preservação ambiental em Torres. Ele lamenta as pressões de setores que visam o desenvolvimento a qualquer custo, mesmo que isso implique em mudanças drásticas na paisagem da região.

“Esse evento foi um marco divisor, um momento de reflexão sobre até onde o desenvolvimento pode ir sem que tenhamos que sacrificar os horizontes naturais do Parque da Guarita”, afirmou Alexis. Para ele, o abraço simbólico é apenas o início de uma mobilização maior contra os impactos que as novas construções podem trazer à área.

Segundo informações do site GZH, o empreendimento imobiliário, chamado de Guarita Park Home Resort, terá duas torres de 14 pavimentos, cada uma com 44 metros de altura, que serão erguidas entre as ruas Alfieiro Zanardi, Boa Vista, Araribóia e São Francisco de Assis, no bairro São Francisco.

A Prefeitura de Torres afirmou que o empreendimento atende as exigências do Plano Diretor da cidade. O projeto, segundo a administração municipal, prevê que o edifício seja construído na Zona 24, que não conta com um limite máximo de altura para construção de edificações.

Em nota enviada à imprensa, a R. Dimer, responsável pelo empreendimento, informou que “respeita o direito de manifestação, mas entende que o movimento não interfere no devido e legal andamento do projeto do Guarita Home Resort”. A construtora também ressaltou que “continuará trabalhando o empreendimento de forma técnica, sustentável e de acordo como a legislação, acreditando no desenvolvimento e melhorias que o mesmo trará para o bairro e para o município”.

Veja mais fotos:

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Centenas de pessoas participaram da mobilização. Foto: Mar Pedro Abreu
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Crianças levaram cartazes para pedir a preservação do Parque da Guarita. Foto: Mar Pedro Abreu
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Manifestantes levaram cartazes pedindo a preservação do local. Foto: Mar Pedro Abreu

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