Criança sequestrada é encontrada vendada e com mãos e pés amarrados no Litoral

Um dos carros utilizados pelos criminosos foi incendiado

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Carro usado no sequestro, Criciúma. Foto: Corpo de Bombeiros de Santa Catarina

As Forças de Segurança de Santa Catarina, resgataram uma menina, de 11 anos de idade, que havia sido sequestrada na noite de quarta-feira (23), em Criciúma. A criança foi localizada na madrugada desta quinta-feira (24), em Três Cachoeiras, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.

Os detalhes envolvendo o sequestro e a libertação da menina foram informados em uma entrevista coletiva. Conforme a Polícia Civil de Santa Catarina, ela estava com pés e mãos amarradas e olhos vendados e foi deixada à beira de uma estrada. Até o momento uma pessoa foi presa. A investigação prossegue visando a responsabilização dos demais autores.

De acordo com o delegado Anselmo Cruz, titular da Delegacia de Roubos e Antissequestros da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DRAS/DEIC), a menina foi arrebatada quando ela e o pai chegavam a casa, após assistir uma partida futebol. Ao ver uma corrente no portão de entrada, o pai da menina estacionou o carro em via pública e, em seguida, chegaram cinco criminosos em dois veículos.

Na abordagem o pai da menina tentou reagir, sem sucesso. Os criminosos saíram do local levando a menina. O primeiro contato dos sequestradores com a família foi por volta das 6h, por meio de uma rede social. As equipes da DRAS e da Divisão de Investigação Criminal de Criciúma, que já estavam mobilizadas, começaram a realizar diligências não só para apurar o crime, mas principalmente para preservar a vida da vítima.

Durante todo o período – cerca de 24 horas – em que esteve sob controle dos criminosos a menina foi mantida amarrada no porta-malas dos veículos. Até o momento sabe-se que eles usaram pelo menos três carros, sendo que um foi incendiado e outros dois abandonados. O fato de não ser um cativeiro fixo dificultou ainda mais os trabalhos da polícia, pois aumenta o risco à vida do refém.

“A abordagem, perseguição, uma situação de pressão, pode colocar a vida do refém num risco maior”, disse o delegado Anselmo. Ele destacou ainda que a divulgação de informações sobre o caso foi restringida não para dificultar o trabalho da imprensa, mas sim porque tais divulgações aumentam exponencialmente o risco da vítima ser morta.

Sobre o desenrolar das ações, o delegado Anselmo explicou que, preenchidas algumas características para se enquadrar como evento crítico, é preciso fazer o gerenciamento de crise, momento em se estabelecem duas frentes de trabalho: a primeira é para preservar a vida da vítima; a outra é a negociação, identificação dos criminosos e localização dos autores. Em paralelo à investigação, é preciso buscar indícios de autoria para dar materialidade ao crime, papel realizado com o relevante apoio da Polícia Científica.

Anselmo Cruz contou ainda que após a Polícia Militar de Santa Catarina atender à ocorrência, a DIC de Criciúma mobilizou suas equipes e começou a trabalhar junto com a DRAS. A Polícia Civil, por meio de suas especializadas, começou um trabalho silencioso que nem a família da vítima consegue ver, cujo objetivo é garantir a vida do refém.

O delegado Yuri Miqueluzzi enfatizou a união das forças de segurança e destacou o papel dos agentes e escrivães de polícia durante todo o período do sequestro. Para ele duas palavras definem o trabalho das últimas 24 horas: “Complexidade, porque é tudo diferente e sucesso porque a menina já está a salvo, com seus familiares”.

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