Equipe do Ceclimar resgata pinguins e identifica mais de 100 animais marinhos mortos na praia

Programa de monitoramento de praia percorreu a orla entre Tramandaí e Balneário Quintão

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Pinguim no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos do Ceclimar. Foto: Derek Blaese / Ceclimar

Três pinguins-de-Magalhães foram resgatados por pesquisadores do Centro de Estudos Costeiros Limnológicos e Marinhos (Ceclimar/UFRGS) na costa do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. A equipe recolheu os animais que estavam debilitados durante monitoramento da orla, realizado nessa terça-feira (25), entre Tramandaí e Balneário Quintão, em Palmares do Sul.

Os animais foram levados para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres e Marinhos (Ceram) do Ceclimar, em Imbé. Atualmente encontram-se em reabilitação e serão devolvidos ao mar quando estiverem recuperados.

O médico veterinário Derek Blaese, que participou da ação de monitoramento e atua no Ceram, contou ao Litoral na Rede que os pinguins estavam na praia entre Cidreira e Quintão. “O pinguim não para na praia para descansar, quando é encontrado na orla encontra-se debilitado e necessita atendimento. Diferente dos lobos-marinhos, que param para descansar”, explicou.

Três bolsistas também participaram da atividade de monitoramento: Monique Besson, Eric Marcelino e Lucas Seibert.

Mais de 100 animais mortos

Pesquisadores analisam carcaça de lobo-marinho. Foto: Ceclimar

No trecho entre a Barra do Rio de Tramandaí e a Plataforma de Pesca de Cidreira, os pesquisadores encontraram 103 carcaças de animais marinhos mortos. Foram 88 pinguins, quatro tartarugas, dois lobos, além de outras nove aves.

“A ocorrência de pinguins mortos e vivos na nossa região é comum a partir de junho e julho. A maioria [dos que foram encontramos mortos] estava no primeiro ano de vida, alguns com marca de interação com rede de pesca e outros sem nenhuma marca de interação. Algumas mortes ocorreram por seleção natural e outras por interação antrópica, por rede de pesca”, detalhou Derek.

Pinguim resgatado durante monitoramento da orla. Foto: Derek Blaese / Ceclimar

Sobre as demais aves mortas, o médico veterinário e pesquisador da UFRGS salientou que, apesar de não haver registros de casos de influenza aviária no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, a equipe de monitoramento está atenta a possíveis casos doença em espécies silvestres migratórias.

“Não encontramos nenhuma ave com sinais característicos da influenza aviária. A observação da saúde das aves vivas na orla serve para que, se houver algum caso na região, ele seja pontual não se dissemine. Nós estamos em contato frequente com a Patram e Defesa Sanitária para evitar a disseminação”, afirmou o pesquisador.

O veterinário ressalta para a população que, caso encontre alguma ave debilitada, entre em contato com a Patrulha Ambiental para avaliação e encaminhamento da ocorrência. “Animais silvestres podem carrear doenças que podem ser transmitidas para outras aves domésticas e também para o ser humano”, alertou.

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