Ibama identificou responsável pelo descarte de 25 toneladas de bagres

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PEIXES MORTO IMBÉ OSÓRIO
2001 PEIXES MORTOS IMBÉ OSÓRIO 2

A mortandade dos peixes que chamou a atenção dos moradores e veranistas dos Balneários Atlântida Sul, em Osório do Albatroz, em Imbé e de Tramandaí, teve mais um desfecho. Nessa quarta-feira (21), pescadores, entidades ambientais e governamentais discutiram o crime ambiental provocado por uma embarcação em Janeiro. O assunto foi tratado em uma Audiência Pública realizada na Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre.

No triste episódio, o Ibama apurou o descarte de 25 toneladas de peixes ao longo da costa gaúcha, resultado de pesca ilegal. Mas a apuração da prefeitura de Imbé mostra que a embarcação, através da pesca de arrasto e cerco, que é predatória, teria em torno de 70 toneladas de peixe e fez o descarte de 25 toneladas para não colocar em risco toda a pesca.

De acordo com o chefe de Divisão Técnico-Ambiental do Ibama, Rodrigo Dutra, o infrator já foi identificado e será notificado nos próximos dias, com aplicação das multas e apreensão da embarcação, além da suspensão das atividades. A embarcação é de Itajaí, em Santa Catarina, e foi identificada através de trabalho conjunto do Ibama com o Comando Ambiental da Brigada Militar, a prefeitura de Imbé e a Polícia Federal. “Temos o autor e vamos responsabilizá-lo”, garantiu Dutra. Ele lamentou as limitações orçamentárias do Ibama, que repercutem na fiscalização.

O diretor do Departamento de Pesca da Secretaria de Meio Ambiente, Pesca e Agricultura de Imbé, João Batista Ferreira, apresentou a cronologia do crime ambiental, quando começaram a surgir os peixes mortos no município. Uma documentação fotográfica em Balneário Presidente mostrou o amontoado de bagres ao longo do trecho de areia, de diversos tamanhos.

Esse trabalho segundo Ferreira, foi realizado do dia 19  a 22 de Janeiro, quando quatro descarregamentos de tombadeiras depositaram as 25 toneladas de peixe no aterro sanitário de Tramandaí. O diretor fez constar junto às imagens, cópia de foto do barco que teria praticado a pesca predatória durante dois dias, obtida pelo helicóptero da Brigada Militar. Disse, ainda, que o rio Tramandaí registra abundância de bagre, “é um berçário natural”.

O proponente da Audiência Pública, deputado Zé Nunes (PT), adiantou que as deliberações da audiência pública serão encaminhadas para o governo e as entidades ambientais.

Pesca proibida

Proibidos de praticar a pesca do bagre por decreto governamental desde 2014, amparado em avaliação da Fundação Zoobotânica sobre 353 espécies de peixes e da fauna em ameaça de extinção, os pescadores do Litoral Norte lotaram a sala João Neves da Fontoura, Plenarinho, e manifestaram sua indignação com a limitação de trabalho que enfrentam enquanto embarcações de outros estados, especialmente de Santa Catarina, invadem as águas marítimas gaúchas e praticam pesca predatória. O Rio Grande do Sul é o único estado brasileiro proibido da prática da pesca do bagre.

Foto: Ronaldo Quadrado | Agência ALRS

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