
Quase um mês depois do início da Operação Verão, 35 das 228 guaritas de guarda-vidas do Litoral Norte ainda estão sem guarda-vidas atuando de forma permanente. Uma delas é a 124, na Praia de Mariluz, em Imbé, onde moradores e veranistas pretendem fazer uma manifestação no próximo fim de semana.
De acordo com a quiosqueira, Luzani Camargo, na primeira semana do ano uma banhista foi resgatada por uma guarda-vida civil que frequentava a praia de Mariluz. O problema se repete em vários pontos da costa. A Associação dos Condomínios Fechados Horizontais de Xangri-lá denuncia que no município há cinco postos sem efetivo para realizar salvamentos desde o início desta temporada.
Um dos locais onde não há equipe de salvamento é na Praia do Remanso. O presidente da Associação dos Condomínios, Luciano Fregapani, relata que o posto 96 é frequentado por mais de duas mil pessoas de um condomínio com mais 400 casas que fica próximo. “É um absurdo colocar os veranistas em risco desta forma. O Estado (está) submetendo a população a risco”, disse Fregapani.

O comandante do 9º Batalhão de Bombeiros e coordenador da Operação Verão do Corpo de Bombeiros, Major Jeferson Eco, explica que as guaritas que estão sem salva-vidas são aqueles em que praticamente não há estatística de salvamentos. “Como o cobertor é curto, a gente estica para cobrir o máximo de guaritas possíveis”, explicou o oficial ao Litoral na Rede.
De acordo com Eco, estes locais onde não há guarda-vidas nas guaritas não estão totalmente desprotegidos devido a adoção do sistema de patrulha volantes. “Não significa que não tem ninguém na vigilância. As equipes fazem ações a pé na beira da praia”, salientou.
O Corpo de Bombeiros Militar (CBM) também destaca que apesar de postos sem presença permanente do efetivo, o número de salvamentos teve uma redução de 59% desde o início da temporada, na segunda quinzena de dezembro. A única morte por afogamento registrada no mar, ocorreu a 400 metros de distância de uma guarita, o que para o CBM é considerada um área descoberta devido a impossibilidade de visão.
Guarda-vidas civis ainda estão em treinamento
O atraso no processo de contratação dos guarda-vidas civis pelo Governo do Estado é o principal motivo de falta de efetivo permanente em 35 guaritas do Litoral Norte. O treinamento ainda está sendo realizado por 156 homens e mulheres.
Os que foram aprovados devem começar a atuar nas praias a partir da próxima semana. “A gente fica a espera dos civis para suprir a falta de pessoal”, disse o major Jeferson Eco.
Enquanto esse reforço não chega, a recomendação é cuidado redobrado ao entrar no mar. O comandante alerta que a conduta preventiva, sem se expor demais, é importante para os banhistas mesmo quando há a presença dos guarda-vidas.