
Teve início nesta semana, em todo o país, a vacinação contra a gripe (influenza). Entre os grupos prioritários está o das pessoas com comorbidades — indivíduos com doenças crônicas ou condições clínicas que aumentam o risco de complicações e morte em caso de infecção pelo vírus.
As comorbidades mais comuns entre os casos que precisam de internação são doenças cardiovasculares, Diabetes Mellitus e doenças respiratórias. Segundo dados do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), em 2024, no Rio Grande do Sul, 64% das hospitalizações por gripe e 87% das mortes ocorreram entre pessoas com comorbidades.
No grupo dos idosos, que também é prioritário pela idade, os índices são ainda mais altos: 85% das internações e 91% dos óbitos envolveram pacientes com alguma condição pré-existente.
A vacina contra a influenza é considerada a principal medida de prevenção. Ela contribui para reduzir a gravidade da doença, o número de hospitalizações e os óbitos, além de oferecer proteção durante o período de maior circulação dos vírus.
Categorias e indicações
Na lista de comorbidades com indicação à vacinação, estabelecida pelo Ministério da Saúde, estão elencadas uma série de doenças crônicas e outras condições clínicas especiais. Entre elas estão as doenças respiratórias crônicas, cardíacas, renais, neurológicas, hepáticas, diabetes, imunossupressão, entre outras.
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) do RS orienta os municípios a adotarem medidas que facilitem o acesso desse público à imunização. Para receber a vacina, não é necessária a apresentação de prescrição ou relatório médico detalhando a patologia.
Basta apresentar qualquer documento que comprove a condição de saúde, como receitas de medicamentos específicos (como hipoglicemiantes ou anti-hipertensivos), laudos, atestados, resultados de exames, marcações de consulta ou resumos de alta hospitalar. A avaliação da enfermagem no momento da vacinação também pode ser suficiente para indicar a aplicação da dose.
Doenças respiratórias crônicas
- Asma em uso de corticoide inalatório ou sistêmico (moderada ou grave)
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc)
- Bronquiectasia
- Fibrose cística
- Doenças intersticiais do pulmão
- Displasia broncopulmonar
- Hipertensão arterial pulmonar
- Crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade.
Doenças cardíacas crônicas
- Doença cardíaca congênita
- Hipertensão arterial sistêmica com comorbidade
- Doença cardíaca isquêmica
- Insuficiência cardíaca.
Doença renal crônica
- Doença renal nos estágios 3,4 e 5
- Síndrome nefrótica
- Paciente em diálise
- Doenças hepáticas crônicas
- Atresia biliar
- Hepatites crônicas
- Cirrose
Doenças neurológicas crônicas
Condições em que a função respiratória pode estar comprometida pela doença neurológica
Considerar as necessidades clínicas individuais dos pacientes incluindo acidente vascular cerebral e indivíduos com paralisia. Doenças hereditárias e degenerativas do sistema nervoso ou muscular. deficiência neurológica grave.
Diabetes
- Diabetes mellitus tipo I e tipo II em uso de medicamentos.
Imunossupressão
- Imunodeficiência congênita ou adquirida
- Imunossupressão por doenças ou medicamentos
Obesidade Grave
- Obesidade grau III (IMC maior que 40)
Transplantados
- Transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea
Portadores de trissomias
- Síndrome de Down
- Síndrome de Klinefelter
- Síndrome de Warkany
- Outras trissomias
665 mil doses para este público
O grupo de pessoas com comorbidades incluído na estratégia não possui uma meta específica de cobertura vacinal. Isso ocorre porque não há uma estimativa populacional precisa para esse público, o que impede o estabelecimento de um denominador para cálculo da meta.
Por esse motivo, a quantidade de doses destinadas ao grupo é baseada no histórico de das campanhas anteriores (média de doses aplicadas entre 2018 e 2022). Estima-se que 665 mil pessoas façam parte deste grupo prioritário. No total, a população-alvo da vacinação contra influenza no Rio Grande do Sul é de aproximadamente 5,3 milhões de pessoas.
Pessoas com deficiência permanente
Também fazem parte dos grupos prioritários para a vacinação contra a gripe as pessoas com deficiência permanente que apresentem uma ou mais das seguintes limitações:
- Limitação motora que cause grande dificuldade ou incapacidade para andar ou subir escadas
- Indivíduos com grande dificuldade ou incapacidade de ouvir mesmo com uso de aparelho auditivo
- Indivíduos com grande dificuldade ou incapacidade de enxergar mesmo com uso de óculos
- Indivíduos com alguma deficiência intelectual permanente que limite as suas atividades habituais como trabalhar, ir à escola, brincar etc.
No ato da vacinação, deve-se considerar a deficiência autodeclarada. Ao todo, esse público no RS é estimado em cerca de 464 mil pessoas. Entre elas, por exemplo, estão os indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Fonte: Secretaria Estadual da Saúde do RS